São Paulo, sábado, 18 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Simpatizantes de Chávez preparam megafesta para receber presidente de volta

Oposição cobra clareza sobre estado de líder, que foi operado em Cuba, e pressiona para que o vice assuma durante seu período de ausência

FLÁVIA MARREIRO
EM CARACAS

Enquanto a oposição venezuelana questiona a legalidade da ausência do presidente Hugo Chávez, os governistas repetem que o presidente voltará "em breve" e preparam grande festa de recepção.
Chávez está há 13 dias fora do país e há oito recuperando-se de uma cirurgia a que se submeteu em Havana.
"Estamos nos preparando para recebê-lo com o calor e o entusiasmo do povo venezuelano. Já o recebemos outras vezes no aeroporto e agora, quando há uma doença no meio, será mais uma", disse à Folha o deputado Jesús Faria (PSUV, chavista).
Desde sábado passado, quando o governo confirmou que Chávez havia sido operado de um abscesso pélvico em Cuba, o PSUV convoca ações de apoio ao presidente.
Líderes da oposição acusam o governo de usar a doença do presidente para manipular emocionalmente a população, ao mesmo tempo que cobram mais transparência sobre seu quadro clínico.
São fartas as especulações na imprensa antichavista sobre suposto câncer ou quadro grave de diverticulite.
"Fizeram todos os exames e não deu nada maligno. Mas, se desse, não iam dizer até o último momento. É isso com todo presidente", disse a empregada doméstica Adela Carmona, 61, na fila de espera num posto de saúde em que trabalham médicos cubanos, fruto da estreita cooperação Havana-Caracas.
"Rezo para que não seja grave. Gostamos muito do Chávez, nosso melhor presidente", diz ela, moradora da favela do Petare.
Em Havana, Chávez segue como presidente da Venezuela, fiando-se na autorização de saída dada pela Assembleia Nacional para a turnê que passou por Brasil, Equador e terminaria em Cuba.
Enquanto isso, os opositores exigem que seja declarada a "ausência temporária" de Chávez e que assuma o vice-presidente, Elias Jaua.
A semana sem Chávez foi particularmente ruim para o governo. Na segunda, após um apagão em vários Estados do país no fim de semana, o governo anunciou novo ciclo de racionamento elétrico e multas para grandes consumidores, selando a volta da crise no setor que se arrasta desde o fim de 2009.
Em paralelo, recrudesceu a crise carcerária. Após um conflito no presídio Rodeo 1, que matou ao menos 21 detentos, o próprio Chávez, segundo seus ministros, autorizou intervenção da Guarda Nacional no complexo.
O Rodeo 2 também sofreu intervenção. Ao menos um guarda nacional foi morto.


Texto Anterior: Síria tem sexta-feira de novos protestos e 16 civis são mortos
Próximo Texto: ONU condena a discriminação contra gays
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.