São Paulo, sábado, 18 de junho de 2011

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Alemanha e França propõem rolagem da dívida grega

Merkel e Sarkozy concordam que calote poderá ser evitado se investidores aceitarem rolagem dos papéis

Ministro das Finanças impopular perde cargo para antigo rival do primeiro-ministro no Partido Socialista grego

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Alemanha cedeu em suas exigências para socorrer novamente a Grécia. A chanceler alemã, Angela Merkel, concordou que a reestruturação da dívida seja voluntária.
Os investidores privados não serão forçados, mas sim persuadidos a dividir a conta da crise.
Em um comunicado conjunto, Merkel e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disseram ter chegado a um consenso para tentar uma solução rápida para a Grécia.
A proposta do novo pacote de ajuda, que deve chegar a € 120 bilhões (R$ 273 bilhões), será discutida amanhã e segunda com os demais líderes europeus.
"O objetivo é a participação privada voluntária, e a 'Iniciativa de Viena' é uma boa base para isso", disse Merkel, ao lado de Sarkozy.
A "Iniciativa de Viena" foi um acordo informal em que o sistema financeiro se comprometeu a manter sua "exposição ao risco" para ajudar o Leste Europeu em 2009.
Na prática, os credores da Grécia, especialmente os bancos, concordariam em trocar a dívida velha por uma nova quando o vencimento estiver próximo _ou seja, rolagem.
A ideia é defendida pela França e tem o apoio do Banco Central Europeu, que sempre foi contra a reestruturação forçada ou calote da dívida grega porque temia ficar com uma fatura ainda maior.
A moratória grega poderia levar a uma onda de problemas nos bancos de outros países europeus em situação frágil, como os de Portugal e Espanha. E o BCE poderia ser obrigado a fornecer socorro a essas instituições.
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, ganhou tempo no poder ao anunciar o início da reforma em seu gabinete pelo Ministério das Finanças, até então ocupado pelo impopular George Papaconstantinou.
A cadeira será ocupada por Evangelos Venizelos, que era da pasta da Defesa.
Venizelos é considerado um forte líder político e já foi o principal rival do primeiro-ministro no Partido Socialista há quatro anos.
A mudança no comando da economia para um nome mais popular, no entanto, não vai liberar a Grécia de tomar medidas "dolorosas".
Um dos consensos entre os credores gregos é que o país terá que seguir à risca as exigências de ajustes fiscais.

FMI CONDENA CALOTE
O diretor de assuntos fiscais do Fundo, Carlo Cottarelli, disse ser contra o calote na dívida grega. "Acho que não será uma boa ideia."


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