LEONARDO CRUZ
DE LONDRES

O ex-ministro das Finanças Kenneth Clarke e o "eurocético" Iain Duncan Smith foram os escolhidos pelos parlamentares do Partido Conservador para disputar a rodada final que definirá o novo líder da legenda.
Na votação de ontem, Clarke recebeu 59 votos, e Duncan Smith ficou com 54 -apenas um voto a mais do que o ex-ministro da Defesa Michael Portillo, que foi eliminado da disputa.
Logo após o anúncio do resultado, Portillo, tido como favorito no início da disputa, anunciou que se afastará da linha de frente do partido e não pretende mais disputar a liderança da agremiação no futuro. "É hora de procurar outras coisas para fazer", afirmou o candidato derrotado.
A chegada de Clarke na primeira posição foi considerada uma surpresa para analistas políticos, principalmente depois da votação preliminar da semana passada, em que Portillo ficara em primeiro com 50 votos, seguido por Duncan Smith, com 42, e por Clarke, com 39.
Após essa rodada anterior, David Davies, com 18 votos, e Michael Ancram, com 17, saíram da disputa e anunciaram apoio a Duncan Smith. Mas a maioria de seus eleitores não seguiu a indicação, e Clarke ganhou ontem 20 dos 35 votos de Davies e Ancram.
Agora, na rodada final, os 300 mil membros do Partido Conservador receberão em casa cédulas para escolher o novo líder e votarão pelo correio. O vencedor será anunciado em 12 de setembro.
"Agora começa a disputa", disse Clarke, favorável à adoção do euro e que defende uma renovação do partido. "Temos de convencer todos de que somos uma alternativa real ao governo de Tony Blair", completou.
Considerado herdeiro político de Margareth Thatcher, Duncan Smith, afirmou: "O Partido Conservador tem duas opções claras agora". Representante da direita da legenda, ele é contrário à adesão ao euro e à criação de um Exército da União Européia.


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