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ÁFRICA
Em esforço pela paz, rebeldes são nomeados vice-presidentes; combates persistem
Congo forma governo de coalizão
DA REDAÇÃO
Os principais líderes rebeldes
da República Democrática do
Congo (ex-Zaire) foram empossados ontem como vice-presidentes, em uma nova tentativa de pôr
fim aos quase cinco anos de guerra civil no país, cujo saldo é de 3,3
milhões de mortos. A cerimônia
foi acompanhada por milhares de
pessoas em Kinshasa (capital).
Apesar da iniciativa, um grupo
rebelde afirmou ontem que mais
de 80 pessoas morreram em combates no leste do país.
Jean-Pierre Bemba, do Movimento pela Libertação do Congo,
grupo apoiado por Uganda, e
Azarias Ruberwa, da Campanha
Congolesa pela Democracia, são 2
dos 4 novos vice-presidentes empossados ontem pelo presidente
Joseph Kabila.
Os outros vice-presidentes são
Abdoulaye Yerodia Nbombasi,
um aliado de Kabila, e Arthur
Z'Ahidi Ngoma, membro da oposição civil ao governo. Kabila e os
vice-presidentes têm a missão de
preparar, até 4 de agosto, um plano para a realização de novas eleições em até um ano.
Os líderes rebeldes fizeram comentários otimistas sobre a possibilidade de paz. "Não há dúvidas,
é irreversível", disse Ruberwa.
"Nós viramos a página da guerra", disse Bemba. "Os cinco anos
de conflito nos mostraram o caminho para tirar o país da crise."
Dificuldades
O Congo enfrenta inúmeros
problemas para reunificar-se. O
governo federal, sediado em
Kinshasa, é incapaz de controlar
com eficácia todo o território, do
tamanho da Europa ocidental.
Conflitos étnicos são frequentes
sobretudo no nordeste do Congo,
onde mais de 80 pessoas -em
sua maioria civis- foram mortos
nos últimos dias em combates entre milícias tribais, rebeldes e soldados do governo, segundo informações dadas pelo porta-voz de
uma das milícias.
A batalha teria começado na segunda, quando guerrilheiros Lendu, apoiados por soldados congoleses, tentaram tomar a cidade de
Chomia de uma milícia da tribo
Hema, que noticiou o incidente.
Os outros grupos não comentaram os supostos combates.
Na cidade de Bunia, também no
nordeste do Congo, tropas francesas têm conseguido manter relativa paz, mas não são capazes de
controlar toda a área.
Anteontem, o promotor-chefe
do Tribunal Penal Internacional,
Luiz Moreno Ocampo, anunciou
que irá investigar supostos crimes
de guerra contra civis no Congo.
Com agências internacionais
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