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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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ÁFRICA

Em esforço pela paz, rebeldes são nomeados vice-presidentes; combates persistem

Congo forma governo de coalizão

DA REDAÇÃO

Os principais líderes rebeldes da República Democrática do Congo (ex-Zaire) foram empossados ontem como vice-presidentes, em uma nova tentativa de pôr fim aos quase cinco anos de guerra civil no país, cujo saldo é de 3,3 milhões de mortos. A cerimônia foi acompanhada por milhares de pessoas em Kinshasa (capital).
Apesar da iniciativa, um grupo rebelde afirmou ontem que mais de 80 pessoas morreram em combates no leste do país.
Jean-Pierre Bemba, do Movimento pela Libertação do Congo, grupo apoiado por Uganda, e Azarias Ruberwa, da Campanha Congolesa pela Democracia, são 2 dos 4 novos vice-presidentes empossados ontem pelo presidente Joseph Kabila.
Os outros vice-presidentes são Abdoulaye Yerodia Nbombasi, um aliado de Kabila, e Arthur Z'Ahidi Ngoma, membro da oposição civil ao governo. Kabila e os vice-presidentes têm a missão de preparar, até 4 de agosto, um plano para a realização de novas eleições em até um ano.
Os líderes rebeldes fizeram comentários otimistas sobre a possibilidade de paz. "Não há dúvidas, é irreversível", disse Ruberwa. "Nós viramos a página da guerra", disse Bemba. "Os cinco anos de conflito nos mostraram o caminho para tirar o país da crise."

Dificuldades
O Congo enfrenta inúmeros problemas para reunificar-se. O governo federal, sediado em Kinshasa, é incapaz de controlar com eficácia todo o território, do tamanho da Europa ocidental.
Conflitos étnicos são frequentes sobretudo no nordeste do Congo, onde mais de 80 pessoas -em sua maioria civis- foram mortos nos últimos dias em combates entre milícias tribais, rebeldes e soldados do governo, segundo informações dadas pelo porta-voz de uma das milícias.
A batalha teria começado na segunda, quando guerrilheiros Lendu, apoiados por soldados congoleses, tentaram tomar a cidade de Chomia de uma milícia da tribo Hema, que noticiou o incidente. Os outros grupos não comentaram os supostos combates.
Na cidade de Bunia, também no nordeste do Congo, tropas francesas têm conseguido manter relativa paz, mas não são capazes de controlar toda a área.
Anteontem, o promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, Luiz Moreno Ocampo, anunciou que irá investigar supostos crimes de guerra contra civis no Congo.


Com agências internacionais


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