|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ataques a hotéis da Indonésia foram suicidas, diz polícia
Dupla suspeita de integrar grupo radical estava disfarçada entre os hóspedes e montou bombas
DA REDAÇÃO
Dois homens-bomba foram
responsáveis pelos atentados
realizados anteontem em dois
hotéis de redes americanas na
capital da Indonésia, Jacarta,
que deixaram ao menos oito
mortos e cerca de 50 feridos,
entre eles 14 estrangeiros.
Os homens se hospedaram
no hotel Marriott, um dos alvos, na quarta-feira e montaram os explosivos dentro dos
quartos, segundo o comando da
polícia indonésia. Ontem, uma
terceira bomba foi encontrada
intacta em uma bolsa no andar
em que ambos se instalaram.
Por volta das 8h da manhã de
sexta-feira (horário local), um
deles entrou no bar do Marriott
e detonou a bomba que levava
junto ao corpo. Minutos mais
tarde, a poucos metros de lá, o
outro fez o mesmo no restaurante do hotel Ritz Carlton.
Os hospitais dizem que, entre
os feridos, há estrangeiros de
EUA, Canadá, Holanda, Coreia
do Sul e China.
A suspeita de que o atentado
foi coordenado pelo grupo radical islâmico Jemaah Islamiyah
(JI), de histórico terrorista e
com supostas ligações com a Al
Qaeda, aumentou depois de a
polícia concluir que as bombas
usadas eram iguais a explosivos
apreendidos com ativistas radicais islâmicos nesta semana.
O JI luta pela instalação de
um Estado islâmico em vários
países do Sudeste Asiático e é
responsabilizado por ao menos
outros quatro atentados na Indonésia -país de maior população islâmica no mundo.
O maior ataque, ocorrido em
2002 na ilha de Bali, matou 202
pessoas, na maioria turistas,
em uma casa noturna. Os mentores do atentado, considerados membros do JI pelo Estado, foram fuzilados em 2008,
em meio a uma enérgica campanha antiterror do governo.
Risco crescente
Apesar de a repressão estatal
ter minado o JI, um recente relatório do Instituto Australiano
de Políticas Estratégicas aponta que a libertação de ativistas
que estavam presos aumentou
o risco de facções debilitadas do
grupo buscarem mobilização
por meio de ataques violentos.
Para o especialista em radicalismo islâmico no Sudeste
Asiático Sidney Jones há em
torno de 12 fugitivos envolvidos em atentados terroristas,
"que não têm nada a perder
realizando ataques como esses
[aos hotéis em Jacarta]".
Na liderança da lista de potenciais mentores dos atentados está o malaio Noordin Top,
considerado pelas autoridades
um especialista em explosivos e
comandante militar da JI.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
Texto Anterior: Atentado terrorista de 94 na Argentina permanece impune Próximo Texto: Clérigo opositor reanima protestos no Irã Índice
|