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ORIENTE MÉDIO
Reunião termina sem acordo; previsão era que transferência de controle na Cisjordânia começasse hoje
Retirada de tropas israelenses é adiada
DA REDAÇÃO
A transferência por Israel do
controle das cidades de Jericó e
Qalqilya para a ANP (Autoridade
Nacional Palestina) foi adiada ontem. Uma reunião realizada entre
representantes do dois lados foi
encerrada sem acordo.
O ministro da Informação palestino, Nabil Amr, já havia divulgado ontem que o processo começaria hoje. A retirada israelense de quatro cidades na Cisjordânia foi acertada na sexta-feira.
"A reunião terminou sem resultados e sem a definição de um calendário. Não vai haver saída
amanhã [hoje] e nem no dia seguinte", informou Elias Zananieri, porta-voz do chefe de segurança palestino, Mohamad Dahlan.
O encontro durou cerca de quatro horas. Novas negociações estão previstas para esta semana.
O adiamento pode comprometer o avanço conseguido com o
anúncio, na semana passada, da
retirada israelense. O acordo havia encerrado um impasse entre
os dois lados sobre questões de segurança, o que deu nova força ao
plano de paz apoiado pelos EUA.
A programação acertada era
que o governo de Israel começasse nesta semana a remover suas
tropas de Qalqilya e Jericó -que,
na prática, não está ocupada.
Para a última semana de agosto,
ficou marcado o início da retirada
de Tulkarem e Ramallah, onde o
presidente da ANP, Iasser Arafat,
é mantido confinado em seu
quartel-general há 18 meses.
Israel já havia anunciado ontem, antes do final da reunião,
que o esforço da ANP para conter
o terrorismo havia permitido o
acerto da saída de suas tropas das
quatro cidades da Cisjordânia, o
que reforçaria o acordo de cessar-fogo com os grupos militantes.
"Nas últimas 48 horas, os palestinos têm feito esforços para interromper e suspender ataques",
teria dito o general Aharon Zeevi-Farkash, chefe da inteligência militar, em encontro do governo.
A violência da semana passada,
incluindo dois atentados suicidas
em retaliação à morte de dois militantes do Hamas em ações israelenses, havia enfraquecido a trégua anunciada no dia 29 de junho
pelos principais grupos terroristas palestinos. O Jihad Islâmico já
prometeu vingar a morte, na última quinta-feira, de seu chefe em
Hebron. Ontem, Israel prendeu o
líder do grupo em Qalqilya.
Um acerto para o início da
transferência das quatro cidades
na Cisjordânia para a ANP depende do que será definido para garantir que os militantes procurados por Israel nesses locais sejam
mantidos sob controle.
"Nós vamos fazer de uma maneira gradual e estabelecendo
condições: um acordo em relação
aos procurados, ações contra a infra-estrutura do terrorismo e a
condição de que não vai haver
mais ataques", disse o ministro da
Defesa de Israel, Shaul Mofaz.
Israel tem insistido para que o
premiê palestino, Mahmoud Abbas (mais conhecido como Abu
Mazen) desarme os grupos terroristas, como condição para que as
transferências de poder nos territórios ocupados sejam feitas.
Após o anúncio do acordo da
sexta-feira, autoridades palestinas
avaliaram que Mofaz havia amenizado sua posição. O adiamento
de ontem, porém, sugere que não.
Mesmo antes dele, o ministro
da Defesa israelense já havia se
apressado em desmentir que tivesse recuado. "Nós insistimos
que a ANP desmantele a infra-estrutura do terrorismo e não vamos fazer nenhum tipo de concessão sobre nossa segurança."
Israel, porém, não espera que as
forças palestinas iniciem uma
campanha para deter militantes
terroristas ao assumirem o controle das quatro cidades. Acredita-se que não é necessário que estejam presos, mas sob controle.
A avaliação palestina, em concordância com essa posição, é que
a prisão de militantes aumentaria
a disposição ao enfrentamento.
Com agências internacionais
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