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IRAQUE
Al Sadr rejeita delegação de paz
Líderes adiam escolha de Assembléia interina
DA REDAÇÃO
Os líderes políticos e religiosos
do Iraque adiaram para hoje a escolha dos cem integrantes da Assembléia interina, que redigirá a
nova Constituição do país, e enviaram uma delegação para negociar a paz em Najaf. Mas o clérigo
radical xiita Moqtada al Sadr, cuja
milícia vem confrontando as tropas americanas há 13 dias, se recusou a receber o grupo.
A Conferência Nacional também se tornou palco de uma disputa sobre representatividade.
Fuad Massum, o presidente do
encontro que reúne mais de 1.300
representantes da sociedade iraquiana, disse que participantes
independentes e representantes
de entidades não-governamentais poderão apresentar seus próprios candidatos hoje. O grupo
rejeitou uma lista anterior de 81
nomes por considerá-la vinculada ao atual governo interino, que,
por sua vez foi formado a partir
de um conselho indicado pelos
EUA durante a ocupação.
Em Bagdá, onde ocorre a conferência, insurgentes dispararam
morteiros em uma rua comercial
movimentada, matando pelo menos sete pessoas e ferindo 42. No
bairro xiita de Sadr City, confrontos entre as forças americanas e a
milícia de Al Sadr, o Exército
Mehdi, deixaram 14 mortos e 122
feridos desde segunda, informou
o Ministério da Saúde iraquiano.
O governo interino enfrenta
uma crescente instabilidade em
Najaf, cidade considerada sagrada pelos xiitas que, após dois meses de trégua, tornou-se o principal foco de tensão no país.
Após uma tentativa frustrada de
negociar um cessar-fogo no último fim de semana, o clérigo radical se recusou ontem a receber
uma delegação de líderes políticos
e religiosos "por causa da contínua agressão dos americanos",
que comandam uma Força Multinacional de 160 mil soldados encarregada de manter a segurança
durante o governo interino.
Sob críticas de líderes locais e
estrangeiros, os EUA chegaram a
entrar em Najaf na semana passada, após sucessivos confrontos
em suas cercanias. Mas o comando americano teme que uma ação
militar pesada dentro da cidade
sagrada provoque um levante nacional no país, majoritariamente
xiita, ou mesmo na região.
A delegação de oito integrantes
esperou por três horas e foi recebida por assessores de Al Sadr no
templo do imã Ali, onde o clérigo
está refugiado. Mas não houve
progresso sobre o cessar-fogo, e o
grupo retornou a Bagdá.
Nas cercanias da cidade e em
outros pontos do sul do país, os
combates continuaram. Em Basra, conflitos entre o Exército Mehdi e as tropas do Reino Unido, responsáveis pela segurança na cidade, culminaram na morte de um
britânico e de um insurgente.
Na conturbada província sunita
de Anbar, no oeste do país, um
marine foi morto durante uma
"operação de segurança", informou o comando dos EUA.
Com agências internacionais
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