São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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Hesitação da França complica negociações

DA REDAÇÃO

Na reunião com o subsecretário-geral da ONU, Mark Malloch, sobre o reforço da força de paz no sul do Líbano, representantes de vários governos pediram regras mais claras para a atuação dos até 13.000 novos soldados necessários, que se somariam aos 2.000 já presentes no país.
Segundo Malloch, 3.500 soldados precisam chegar em até dez dias para garantir o cessar-fogo. "Cada momento de atraso aumento o risco de reinício dos confrontos [entre o Israel e o Hizbollah]", disse.
O país que liderou a hesitação foi a França, justamente o que deveria comandar a nova missão. Antiga metrópole colonial do Líbano e co-autora da resolução de cessar-fogo aprovada há uma semana pelo Conselho de Segurança, a França anunciou ontem o envio de apenas 400 soldados. A ONU esperava 3.000 franceses.
Ainda assim, os 400 soldados só foram anunciados depois de uma conversa telefônica entre o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e o presidente francês, Jacques Chirac. No início do dia, a França dissera que só enviaria 200 homens. Para a ONU, essa representação poderia desmobilizar os demais participantes.

Medo do fracasso
A reticência francesa foi provocada pelos temores de como será a relação entre as forças de paz e as milícias do Hizbollah. Também tem a ver com o fracasso de missões anteriores -84 soldados franceses morreram na Bósnia nos anos 1990, e outros 58 em um atentado em Beirute em 1983. O medo de represálias de Irã e Síria, aliados do Hizbollah, contribui para a hesitação.
De acordo com a resolução da ONU, o desarmamento do Hizbollah não será feito pela força internacional, mas pelo Exército libanês. Há, porém, no Líbano, um acordo tácito para permitir que o grupo xiita, que é também um partido político e participa com dois ministros do governo libanês, mantenha suas armas, sem as portar.


Com agências internacionais

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