São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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SAÚDE

Apenas 1 em cada 4 doentes recebe tratamento anti-Aids

CRISTIANE CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apenas uma em cada quatro pessoas que precisam de tratamento imediato contra a Aids tem acesso à medicação contra o HIV no mundo. A informação foi divulgada anteontem pela Organização Mundial da Saúde na 16ª Conferência Internacional sobre a Aids, em Toronto.
Há 38,6 milhões de soropositivos no mundo -95% em países em desenvolvimento- e 6,8 milhões precisam de medicação. O norte da África e o Oriente Médio são as regiões mais problemáticas -só 5% de seus doentes tomam os remédios necessários. Na América Latina, o tratamento atinge 75% dos portadores da Aids. O alto custo da medicação é um dos grandes fatores de impedimento -o Brasil, com tratamento gratuito, foi apontado como exemplo.
A falta de informação também é um problema. Na África subsaariana, apenas um em cada dez soropositivos sabe que tem o HIV.

Crianças
O percentual dos que têm acesso à medicação é ainda menor entre as crianças. Dos 800 mil menores de 15 anos que deveriam recebê-la, apenas entre 60 mil e 100 mil são atendidos. Uma em cada sete pessoas que morrem por complicações ligadas à Aids tem menos de 15 anos.
Apesar dos dados alarmantes, houve um avanço na ação contra a doença. O 1,6 milhão de pessoas que recebem tratamento hoje é três vezes maior que o número de atendidos há dois anos e meio. "Os esforços combinados dos países, organismos da ONU e autoridades de saúde têm possibilitado aumentos substanciais", diz o dr. Kevin De Cock, diretor de Aids da OMS.
Para intensificar o combate à doença, a organização defendeu que seja dada prioridade à melhoria dos sistemas de saúde -cuja fragilidade foi apontada com um dos principais obstáculos.
"A falta de profissionais de saúde com conhecimento adequado está devastando os sistemas de saúde pública", afirmou o dr. Anarfi Asamoa-Baah, diretor-geral assistente da OMS. Estima-se que, nos 57 países mais problemáticos -a grande maioria na África subsaariana e na Ásia-, faltem mais de quatro milhões de profissionais.


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