|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para britânico, ação militar precisa ter chancela da ONU
ANDREA MURTA
DA REDAÇÃO
O impasse envolvendo o programa nuclear iraniano é um
teste para a agência de energia
atômica da ONU, a AIEA, e para
seu diretor, o egípcio Mohammed El Baradei, disse à Folha o
ministro-adjunto das Relações
Exteriores britânico, Kim Howells, que esteve em São Paulo
na última semana.
"Eles têm que ser muito firmes", afirmou. "Se o Irã não
obedecer aos acordos nucleares internacionais, não podemos deixá-lo escapar impune."
Mas, em meio a tensões crescentes entre a agência e as potência que criticam sua posição
quanto a Teerã -como os EUA
e a França-, Howells defendeu
a importância da chancela do
organismo internacional em
eventuais ações contra o país
persa. E ele não descarta, entre
essas opções, uma retaliação
militar -embora defenda que a
abordagem preferida por Londres é a diplomática.
"A ONU tem que resolver se
vai agir para manter seu objetivo declarado de impedir a proliferação de armas nucleares.
Se não, quem no futuro vai
prestar qualquer atenção na
organização?", questionou.
Teerã diz que seu programa
visa produzir eletricidade, mas
seus críticos acreditam que a
meta seja construir a bomba.
Para Howells, ampliar no escopo da ONU as sanções vigentes
contra o país seria a melhor
forma de alcançar o objetivo de
desmantelar o programa.
"Queremos que a ONU aplique as sanções necessárias para enfatizar o quanto somos sérios em relação à essa questão.
Os iranianos morrem de medo
de não poderem transferir dinheiro e bens de um lugar para
o outro, e, se tivermos sanções
financeiras mais firmes, eles
prestarão mais atenção."
Iraque
Enquanto a pressão contra o
Irã aumenta em nível diplomático, no Iraque a tensão mobiliza tropas. Os EUA acusam Teerã de armar e financiar milícias
xiitas no Iraque.
Recentemente, cerca de 350
soldados britânicos, que antes
cuidavam da segurança de Basra (sul), foram deslocados para
a fronteira com o Irã. "Temos
uma responsabilidade na região de fronteira, e se o governo
e as tropas iraquianas nos pedirem ajuda, vamos fornecê-la",
afirmou Howells.
Mas o número 2 da Chancelaria britânica afirmou crer que
o trabalho de pacificar o país
caiba agora aos iraquianos.
"Eles têm que decidir quando
vão parar de matar uns aos outros." Maior aliado dos EUA na
invasão do Iraque, em março de
2003, o Reino Unido acaba de
reduzir de 5.500 para 5.000 homens seu contingente no país,
atualmente concentrado no aeroporto de Basra.
Fronteiras seguras
A visita de Howells ao Brasil
incluiu a inauguração do novo
centro de vistos do Consulado
Britânico no Rio de Janeiro,
que atende às mudança nas requisições de vistos para o Reino
Unido. O país passou a exigir
impressões digitais e fotos em
alguns casos.
"Nossa preocupação é tanto
em relação ao terrorismo quanto a imigração ilegal", disse.
"Seremos muito mais rigorosos
em avaliar as pessoas que querem ir para o Reino Unido."
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: EUA vêem melhora boliviana e piora afegã em deter drogas Índice
|