DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ariel Sharon, rejeitou os pedidos feitos por líderes de colonos judeus para que seja convocado um referendo nacional sobre a retirada ou não dos assentamentos judaicos da faixa de Gaza. A afirmação do premiê foi feita no primeiro encontro que ele teve com os líderes dos colonos desde que foram anunciados os seus planos de remover os assentamentos.
A decisão acentua ainda mais as divisões na sociedade israelense. Os líderes dos colonos classificaram o encontro como uma "desgraça". Em comunicado, o Conselho Yesha de Assentamentos Judaicos afirmou que Sharon "tem mente fechada e não está interessado nas posições deles".
O premiê, por sua vez, afirmou que não cederá a ameaças feitas pelos colonos. "Vocês não representam a população mais do eu ou do que qualquer um. E não vou ceder a essas ameaças. Sou contra as ameaças de divisão e aos pedidos para que os soldados não respeitem ordens", afirmou.
Sharon é contra a convocação de um referendo sobre a saída de Gaza porque a votação atrasaria o cronograma da retirada, prevista para começar entre maio e junho e que deve durar 12 semanas.
Pesquisas indicam que dois terços da população de Israel apóia o desmantelamento dos assentamentos na faixa de Gaza, ocupada por Israel em 1967 e onde cerca de 8.000 judeus vivem em meio a 1,3 milhão de palestinos.
Para o premiê, o objetivo do adiamento é adiar a retirada. O desmantelamento dos assentamentos conta com o apoio americano e visa uma redução no atrito com os palestinos, além do fortalecimento da posição israelense para se manter na Cisjordânia.
Nas próximas semanas, o plano de saída de Gaza será levado para votação no gabinete de Sharon e no Knesset (Parlamento de Israel). Independentemente do resultado, Sharon deve levar adiante o processo de retirada.