Karen Bleier/France Presse

Placar do Censo registra o 300.000.000º americano

O Censo americano anunciou ontem que a população dos EUA ultrapassou os 300 milhões. A estimativa foi feita com base nas taxas de natalidade, mortalidade e imigração. Segundo o Censo, a população ganha um integrante a cada 11 segundos.
O número teria sido atingido às 7h46 (8h46 em Brasília), apenas 39 anos depois de a população chegar aos 200 milhões. No mesmo período, a população mundial passou de 3,5 bilhões para 6,5 bilhões. O Censo prevê que em 37 anos -ou seja, em 2043- os EUA já terão 400 milhões de habitantes e, até o fim do século, 600 milhões.
Segundo o Censo, não haverá uma tentativa de identificar uma pessoa como a de número 300 milhões. Em 1967, a revista "Life" enviou repórteres a hospitais no dia previsto para a chegada aos 200 milhões e definiu um descendente de chineses como o 200.000.000º.
Especialistas dizem que o 300.000.000º provavelmente é um menino de origem latina, nascido nos EUA ou imigrante. Dos 100 milhões de habitantes mais recentes, 53% são imigrantes ou seus descendentes, a maioria de origem latina -14% da população é hispânica.
Tais dados talvez expliquem por que, ao contrário de 1967, não houve grande comemoração. O presidente George W. Bush disse ver "mais uma prova de que o sonho americano segue tão brilhante como sempre".
Mas, como disse William Frey, demógrafo do Brookings Institution, um dos principais "think tanks" do país, "faltam três semanas para as eleições [parlamentares], e a imigração ilegal é um tema de alto interesse, então não querem fazer disso uma grande questão".
Esse não é o único tema que vem à tona. Ambientalistas mostraram preocupação. O Centro para o Ambiente e a População destacou que, embora os EUA tenham 5% da população mundial, é o país que mais danifica o ambiente. Os EUA têm hoje a terceira maior população do mundo, atrás de China e Índia -ambos acima do 1 bilhão de habitantes.