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ÁFRICA
Amorim vai ao Zimbábue falar com Mugabe e líder opositor
FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A MAPUTO
O ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim,
viajou ontem para o Zimbábue, para encontros com o
ditador do país africano, Robert Mugabe, e o líder oposicionista e primeiro-ministro
no governo de união nacional, Morgan Tsvangirai.
"Há um diálogo político no
Zimbábue, e não é um diálogo simples. A nossa palavra lá
vai ser uma palavra também
para incentivar a reconciliação nacional e reiterar o nosso propósito de cooperar",
afirmou Amorim, que viajou
a Harare, capital do país africano, após visita do presidente Lula a Moçambique.
O Zimbábue é governado
há 28 anos por Mugabe, que é
acusado de violar direitos
humanos. Em março, ele
chegou em segundo lugar no
primeiro turno da eleição
presidencial, atrás de Tsvangirai, do opositor MDC.
Tsvangirai acabou retirando sua candidatura no segundo turno, em razão da repressão promovida pelo governo. A diplomacia brasileira, apesar das evidências em
contrário, elogiou o processo
eleitoral zimbabuano.
Sob intensa pressão externa, Mugabe aceitou abrir
diálogo com Tsvangirai, o
que resultou em acordo para
partilha do governo, hoje travado por desacordo na divisão dos ministérios.
Amorim afirmou que pretende se encontrar com Mugabe, Tsvangirai e outros líderes, como Artur Mutambara, de facção dissidente do
MDC. Também deve discutir
assuntos comerciais.
"Nós vamos conversar. Lá
há um processo [de mediação] muito bem conduzido
pelo ex-presidente [sul-africano Thabo] Mbeki. Nós valorizamos muito essa ação
regional, achamos que é muito importante, e é isso que o
Brasil vai tentar prestigiar."
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