São Paulo, domingo, 18 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Paquistão dá início a ofensiva contra reduto do Taleban

Cerca de 28 mil soldados estão no Waziristão do Sul, região na fronteira afegã considerada a fortaleza dos insurgentes

Planejada havia meses, ação por terra acontece depois de dezenas de ataques com aviões que tinham meta de enfraquecer os extremistas

DA REDAÇÃO

Forças de segurança do Paquistão lançaram ontem uma ofensiva por terra contra militantes do Taleban no Waziristão do Sul, área na porosa fronteira com o Afeganistão que é um bastião do grupo islâmico.
A operação começou após uma série de atentados atribuídos aos militantes, iniciada no último dia 5 com um ataque a um escritório da ONU em Islamabad. Houve ainda atentados a prédios do Exército e da polícia, com mais de 150 mortos.
As tropas chegaram à região ainda na madrugada de ontem (horário local) por diferentes direções para tomar as bases insurgentes de Ladha e Makeen, entre outros alvos, segundo autoridades locais. A expectativa é que a operação dure cerca de dois meses.
O Exército informou em um comunicado que, até agora, cinco soldados paquistaneses morreram e outros 12 ficaram feridos em confrontos com os radicais. Ao menos 11 supostos insurgentes foram mortos.
Um toque de recolher foi imposto em algumas áreas do Waziristão do Sul. A ONU calcula que já fugiram da região cerca de 150 mil civis desde o início de agosto -estima-se que 350 mil pessoas ainda morem ali.
A ofensiva estava sendo preparada desde junho, embora o governo se negasse a especificar quando ela teria início. A ação chega depois de meses de ataques aéreos que tinham o objetivo de enfraquecer as defesas dos militantes.
Um desses ataques -que também foram feitos por aviões não tripulados dos EUA- matou o então líder do Taleban paquistanês, Baitullah Mehsud. Depois de semanas de disputas internas, Hakimullah Mehsud assumiu a liderança do grupo e prometeu responder a qualquer ofensiva militar.

Êxodo
Cerca de 28 mil soldados participam da ofensiva contra estimados 10 mil membros do Taleban e da Al Qaeda, que se transferiram para o noroeste do Paquistão após 2001, quando o Taleban foi retirado do poder no Afeganistão pelas tropas lideradas pelos EUA.
No início deste ano, com anuência do governo para imporem a lei islâmica em algumas áreas, eles avançaram até cerca de 100 km de Islamabad, aumentando temores sobre a instabilidade do Paquistão -que possui arsenal nuclear e é aliado dos EUA na luta contra o terrorismo na região.
Como o pacto naufragou, uma ofensiva militar no vale do Swat (a nordeste da capital) pode ajudar a diminuir as preocupações de Washington sobre o comprometimento paquistanês em combater a insurgência.
Em apoio, o Pentágono se prepara para entregar ao país novos equipamentos militares.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Influência dos EUA continua visível no país
Próximo Texto: Indígenas do Equador veem "neoliberalismo" em Correa
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.