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Paquistão dá início a ofensiva contra reduto do Taleban
Cerca de 28 mil soldados estão no Waziristão do Sul, região na fronteira afegã considerada a fortaleza dos insurgentes
Planejada havia meses, ação por terra acontece depois de dezenas de ataques com aviões que tinham meta de enfraquecer os extremistas
DA REDAÇÃO
Forças de segurança do Paquistão lançaram ontem uma
ofensiva por terra contra militantes do Taleban no Waziristão do Sul, área na porosa fronteira com o Afeganistão que é
um bastião do grupo islâmico.
A operação começou após
uma série de atentados atribuídos aos militantes, iniciada no
último dia 5 com um ataque a
um escritório da ONU em Islamabad. Houve ainda atentados
a prédios do Exército e da polícia, com mais de 150 mortos.
As tropas chegaram à região
ainda na madrugada de ontem
(horário local) por diferentes
direções para tomar as bases
insurgentes de Ladha e Makeen, entre outros alvos, segundo autoridades locais. A expectativa é que a operação dure
cerca de dois meses.
O Exército informou em um
comunicado que, até agora, cinco soldados paquistaneses
morreram e outros 12 ficaram
feridos em confrontos com os
radicais. Ao menos 11 supostos
insurgentes foram mortos.
Um toque de recolher foi imposto em algumas áreas do Waziristão do Sul. A ONU calcula
que já fugiram da região cerca
de 150 mil civis desde o início
de agosto -estima-se que 350
mil pessoas ainda morem ali.
A ofensiva estava sendo preparada desde junho, embora o
governo se negasse a especificar quando ela teria início. A
ação chega depois de meses de
ataques aéreos que tinham o
objetivo de enfraquecer as defesas dos militantes.
Um desses ataques -que
também foram feitos por
aviões não tripulados dos
EUA- matou o então líder do
Taleban paquistanês, Baitullah
Mehsud. Depois de semanas de
disputas internas, Hakimullah
Mehsud assumiu a liderança do
grupo e prometeu responder a
qualquer ofensiva militar.
Êxodo
Cerca de 28 mil soldados participam da ofensiva contra estimados 10 mil membros do Taleban e da Al Qaeda, que se
transferiram para o noroeste
do Paquistão após 2001, quando o Taleban foi retirado do poder no Afeganistão pelas tropas
lideradas pelos EUA.
No início deste ano, com
anuência do governo para imporem a lei islâmica em algumas áreas, eles avançaram até
cerca de 100 km de Islamabad,
aumentando temores sobre a
estabilidade do Paquistão
-que possui arsenal nuclear e é
aliado dos EUA na luta contra o
terrorismo na região.
Com o pacto naufrágio desse
pacto, uma ofensiva militar no
vale do Swat (a nordeste da capital) ajuda a diminuir as preocupações de Washington sobre
o comprometimento paquistanês em combater a insurgência.
O Pentágono se prepara agora
para entregar ao país novos
equipamentos militares.
Com agências internacionais
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