DA REDAÇÃO

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou ontem que a Justiça do país deve rever a condenação à morte do intelectual reformista Hashem Aghajari.
Para os advogados do acadêmico, o anúncio de Khamenei indica que a sentença deve ser suspensa. Khamenei costuma intervir apenas quando alguma crise se aprofunda no país, colocando a unidade nacional em risco.
Aghajari havia sido condenado após dar declarações criticando a forma como o clero conservador, que controla a Justiça e as Forças Armadas, interpreta o islã.
O anúncio foi feito após Khamenei receber um manifesto assinado por centenas de professores pedindo a revisão da sentença.
Além da pressão dos professores, o Parlamento, o presidente do país, Mohammed Khatami, ambos pró-reformas, e milhares de estudantes haviam se manifestado em apoio ao professor.
Os estudantes, que saíram às ruas de Teerã durante toda a semana em apoio a Aghajari e boicotaram as aulas, anunciaram ontem que devem encerrar os protestos, pois o principal objetivo deles foi atingido.
Apesar do anúncio do fim dos protestos, ontem membros da milícia Basij, composta por jovens conservadores iranianos, invadiram uma assembléia estudantil em um auditório. Havia cerca de 600 universitários no local. Os dois grupos se confrontaram durante dez minutos. Segundo a polícia, não houve vítimas.