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Semelhança com símbolo gay faz Província peruana querer mudar bandeira
KARIN BLIKSTAD
PABLO SOLANO
ENVIADOS ESPECIAIS A CUSCO
O governo da Província de
Cusco (Peru) quer mudar sua
bandeira. O motivo é a semelhança com o símbolo do movimento GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Travestis).
"Precisamos de um distintivo que seja só nosso", diz a
responsável por educação, turismo e cultura de Cusco,
Leonarda Ayarza.
O governo fará neste mês
uma consulta pela internet
para saber se a população
quer ou não mudar a bandeira, que hoje tem as sete cores
do arco-íris.
Se a resposta for sim, será
feito um concurso para escolher o novo símbolo e, em
2008, a nova bandeira será
decidida por decreto.
Considerado símbolo do
povo inca (que estabeleceu
em Cusco sua capital no século 12 e cujo império foi extinto em 1535), o arco-íris inspirou a atual bandeira em 1978.
No mesmo ano, uma bandeira com oito cores foi utilizada em São Francisco (EUA)
pelo movimento GLBTT.
Atualmente, o símbolo do
movimento homossexual
possui seis cores e foi reconhecido pelo International
Congress of Flag Makers
(reunião mundial de fabricantes de bandeiras).
Nas ruas, as opiniões se dividem. "No Dia de Cusco, colocamos a bandeira na porta
de casa, e os gays ficam mais
alegres. É um problema. Eles
se enrolam na bandeira e se
atiram ao chão", afirma o taxista Mario Ayate, 57 anos.
"A bandeira é um pedaço de
mim. A troca seria como me
arrancar um braço", diz o estudante de turismo Gonzalo
Gutiérrez, 21 anos.
A semelhança é motivo de
brincadeira para turistas.
"Tenho amigos que chegam
para me visitar e dizem: "Há
bandeiras gays por toda parte. Pensei que estavam me esperando", conta Andrés Zuniga, 36 anos, dono de uma casa
noturna GLS de Cusco.
Mas para o Movimento Homossexual de Lima (MHOL),
se o motivo para a troca for
apenas a semelhança com a
bandeira da comunidade homossexual, será uma atitude
homofóbica.
KARIN BLIKSTAD e PABLO SOLANO viajaram a Cusco a convite da Odebrecht, que patrocina a 44ª turma do programa de treinamento da Folha
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