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Europeus são contra
execução de ex-ditador
DA REDAÇÃO
A afirmação do presidente norte-americano, George W. Bush,
de que o ex-ditador do Iraque
Saddam Hussein deveria receber
a "pena máxima" foi recebida
com desconforto por líderes europeus. No Oriente Médio, reforçou a impressão de que o julgamento terá cartas marcadas.
Políticos de Reino Unido, Espanha e Itália, países que deram forte apoio à invasão americana, evitaram endossar a opinião de
Bush. "Eu não acredito na pena de
morte, mas respeito as opiniões
dos outros. Acho que seria apropriado para o povo iraquiano tomar a decisão", declarou o ministro do Interior britânico, David
Blunkett. A ministra das Relações
Exteriores da Espanha, Ana Palacio, afirmou ser contra a pena de
morte. "O julgamento deveria ser
um símbolo da ética e da moralidade humana face às piores e
mais desumanas qualidades."
O ministro da Defesa italiano,
Antonio Martino, também se colocou contra a execução do ex-ditador: "Eu não gostaria de dar às
forças políticas uma licença para
matar". A chanceler sueca, Laila
Freivalds, manifestou a mesma
opinião: "Nós, políticos, não deveríamos dizer nada a respeito do
que a Justiça deve fazer".
Pierre Moscovici, representante
da França na Convenção sobre o
Futuro da Europa, foi mais duro.
"É típico que [ele] esteja buscando vingança e punição. O que me
preocupa é que isso é uma forma
de pressão."
Oriente Médio
O presidente do Irã, Mohamad
Khatami, disse não desejar a morte para ninguém, mas que se havia
alguém que merecesse ser executado seria Saddam. Khatami afirmou não crer que o ex-ditador terá um julgamento "livre e justo".
O Conselho de Governo Iraquiano anunciou ontem que Saddam será julgado por uma corte
do país. A Organização das Nações Unidas, o Vaticano e muitos
países -especialmente europeus- se opõem a um julgamento realizado em uma corte que inclui a pena de morte no rol de punições. O Iraque tem pena de
morte, mas sua aplicação foi suspensa temporariamente pela Autoridade Provisória da Coalizão,
que é chefiada pelo americano
Paul Bremer.
Clérigos libaneses anunciaram
que pretendem processar Saddam Hussein por terem sido presos e torturados devido a seus estudos sobre o islã xiita. Durante o
regime de Saddam, muitos religiosos libaneses foram para o Iraque estudar na cidade sagrada de
Najaf (sul).
Com agências internacionais
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