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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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SAÚDE

Grupos conservadores e antiaborto são contra medida

Pílula do dia seguinte deve ser vendida sem receita nos EUA

DA REDAÇÃO

A pílula anticoncepcional do dia seguinte deve ser vendida nos EUA sem receita médica e estar nas prateleiras das farmácias ao lado de produtos como a aspirina.
O principal grupo de ginecologistas dos EUA aconselhou a medida, alegando que isso facilitaria o uso da pílula a tempo pelas mulheres. O limite para que o uso tenha efeito é de 72 horas após a relação sexual.
Esse grupo atua como conselheiro da FDA (a agência americana de alimentos e medicamentos), que costuma acatar as sugestões. A decisão do órgão deve sair no máximo em alguns meses.
A pílula do dia seguinte é vendida nos EUA com receita desde 1998, sob as marcas Plan B (plano B) e Preven (trocadilho com a palavra prevenir). Só a Plan B deve ser comercializada livremente.
Um dos argumentos utilizados a favor da liberação da venda sem receita foi o de que o uso disseminado da pílula pode cortar pela metade a gravidez indesejada nos EUA -são 3 milhões por ano.
A decisão dos ginecologistas, porém, já gerou a revolta de grupos conservadores e antiaborto. "Facilitar o acesso à pílula do dia seguinte terá as mesmas consequências terríveis nos EUA que teve nos países europeus: o aumento da promiscuidade sexual, das doenças sexualmente transmissíveis e do risco para a saúde das mulheres", disse Tony Perkins, que é presidente do Conselho de Pesquisa Familiar.
"Há um imperativo de saúde pública para facilitar o acesso ao contraceptivo de emergência", afirmou Vivian Dickerson, presidente do Conselho Americano de Obstetras e Ginecologistas.
Os conselheiros da FDA também recomendaram que a embalagem da pílula exiba mensagens. São elas: "Use o mais rápido possível após o sexo sem proteção. Apesar de ser efetiva até 72 horas depois -cortando as chances de a mulher engravidar em mais de 89%-, funciona melhor nas primeiras 24 horas"; "Como outros hormônios contraceptivos, não protege contra doenças sexualmente transmissíveis"; "É um contraceptivo de emergência e não deve ser usado no lugar do controle de rotina da gravidez".


Com agências internacionais

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