São Paulo, terça-feira, 18 de dezembro de 2007

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Fidel Castro sinaliza que poderá deixar Presidência de Cuba

Em mensagem lida por apresentador de TV, ditador diz que seu papel não é o de "obstruir o caminho" dos mais jovens

Carta vem 2 semanas após aprovação de candidatura de Fidel à Assembléia Nacional, passo necessário para manter atual cargo

DA REDAÇÃO

O ditador cubano Fidel Castro, 81, indicou em mensagem lida na TV ontem que poderá desistir de seu posto formal na Presidência do país, em sua primeira menção a uma possível aposentadoria. A afirmação causou surpresa e chega duas semanas depois de o líder ter sido nomeado como candidato para a Assembléia Nacional do Cuba, um passo necessário para que ele possa ser mantido em cargos de poder.
"Meu dever elementar não é o de me apegar a posições e muito menos o de obstruir o caminho para pessoas mais jovens", disse Fidel, "mas sim o de apresentar experiências e idéias cujo modesto valor provém da época excepcional que me coube viver".
A carta foi lida pelo apresentador do programa televisivo Mesa Redonda Informativa. Ele continua: "Minha mais profunda convicção é a de que as respostas ao problemas atuais da sociedade cubana (...) requerem soluções mais variadas do que as contidas em um tabuleiro de xadrez". Fidel ainda fez uma referência a Oscar Niemeyer, que completou cem anos recentemente, e disse que, como o brasileiro, é preciso "ser conseqüente até o final".
O ditador está afastado do poder desde julho de 2006, quando uma cirurgia de emergência no intestino o obrigou a entregar o poder interinamente a seu irmão Raúl Castro, 76. Em 2 de dezembro, os conselheiros municipais de Santiago de Cuba incluíram seu nome entre os 25 candidatos para as eleições de 20 de janeiro, da qual participam membros do Partido Comunista ou independentes -não há outros partidos legais em Cuba. Na votação, serão escolhidos por voto popular os 614 membros da Assembléia Nacional.
Na primeira sessão da Assembléia, em março, deverão ser ratificados entre os deputados os 31 integrantes do Conselho de Estado, mais alto corpo decisório do Executivo cubano. Fidel é presidente do Conselho de Estado desde a sua criação, no ano de 1976.


Com agências internacionais


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