|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Abbas terá US$ 1,8 bi a mais do que pediu
ANP sai fortalecida ao receber promessa de US$ 7,4 bi, em lugar dos US$ 5,6 bi que queria em Paris de países doadores
Rice diz que conferência foi
a chance de evitar a falência
econômica dos palestinos;
Israel é criticado por novas
casas nas terras ocupadas
DA REDAÇÃO
A conferência que reuniu ontem em Paris representantes
de 68 países para dar viabilidade econômica aos palestinos
terminou com o compromisso
de doações de US$ 7,4 bilhões,
bem mais que os US$ 5,6 bilhões fixados como o mínimo
necessário pelo presidente da
Autoridade Nacional Palestina,
Mahmoud Abbas.
A doação do dinheiro será escalonada em três anos.
Israel foi bastante criticado
durante o encontro, previsto
pela conferência que reuniu em
novembro, na cidade americana de Annapolis, os responsáveis pelo processo que levaria a
um Estado palestino.
Isso porque, além da questão
econômica, um Estado só surgiria se o governo israelense
suspendesse os pontos de bloqueio que dificultam a circulação de bens e pessoas na Cisjordânia. O Banco Mundial considera que esses pontos dificultam o desenvolvimento do território. Os palestinos também
levantaram a questão do não-desmantelamento dos assentamentos da Cisjordânia.
Quarteto "preocupado"
O chamado Quarteto (Estados Unidos, União Européia,
Rússia e Nações Unidas) divulgou em Paris comunicado em
que manifestou sua "preocupação" pela extensão da colonização israelense em Jerusalém
Oriental. Israel acaba de autorizar a construção de 300 novos
domicílios em terras árabes.
O próprio Abbas afirmou que
"não se pode desencadear sérias negociações" caso prossiga
a expansão desses assentamentos. Em termos de ajuda puramente econômica, o presidente
da ANP afirmou que, "sem o
prosseguimento dessa ajuda e
sem a liquidez necessária ao orçamento palestino, caminhamos para a catástrofe na faixa
de Gaza e na Cisjordânia".
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que "essa conferência é literalmente a última esperança
de o governo [palestino] evitar
a bancarrota". O presidente
francês, Nicolas Sarkozy, fez
um apelo para que os participantes fossem "generosos".
O governo francês entrará
com US$ 300 milhões, além de
participar dos US$ 640 milhões
prometidos pela União Européia. Os Estados Unidos prometem US$ 555 milhões, aí incluídos os US$ 400 milhões já
anunciados e que dependem de
aprovação do Congresso.
Os europeus ainda apelaram
para que os países árabes cumpram a promessa, feita em
2002, de enviar aos palestinos
US$ 55 milhões por mês. A Arábia Saudita se comprometeu
ontem a doar US$ 500 milhões
em três anos.
Os participantes do encontro
procuraram, com essas promessas, fortalecer politicamente o presidente Abbas, cuja
autoridade é contestada pelo
partido islâmico Hamas, que
em junho assumiu o controle
da faixa de Gaza. O porta-voz
do Hamas, Fawzi Barhoum,
qualificou a conferência de Paris de "conspiração perigosa".
Mas em termos externos Abbas se enfraquece por falta de
concessões mais sólidas de Israel. O premiê israelense, Ehud
Olmert, reiterou ontem que assumiria apenas compromissos
que não colocassem em risco a
segurança de seu país.
A ministra do Exterior, Tzipi
Livni, procurou se defender em
Paris num tom conciliatório.
Disse que seu governo permanece apegado às diretrizes sugeridas em 2003 pelos Estados
Unidos -e que justamente prevêem o congelamento ou a retirada dessas colônias.
Livni também disse que Israel está diminuindo o bloqueio econômico de Gaza e
afirmou que os pontos de controle obedecem a critérios de
segurança necessários.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Fidel Castro sinaliza que poderá deixar Presidência de Cuba Próximo Texto: Rússia envia ao Irã primeiro lote de urânio Índice
|