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UE premia blogueiro chinês preso
Hu Jia recebeu o Prêmio Sakharov dos Direitos Humanos por ativismo por liberdade de expressão e ecologia
Pequim protesta e acusa contemplado de "incitar subversão contra o Estado"; restrições à internet no país voltaram a subir após Jogos
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
Em uma semana marcada
pelo aumento da repressão à
dissidência na China, o Parlamento Europeu aplaudiu de pé
por um minuto o ativista chinês Hu Jia, 35, durante a entrega do Prêmio Sakharov dos Direitos Humanos.
O homenageado não pôde
comparecer. O blogueiro Hu,
conhecido por defender causas
tão diversas como liberdade de
expressão, ecologia e vítimas de
transfusão de sangue contaminado, foi condenado a três anos
e meio de prisão por "incitar
subversão contra o Estado" e
cumpre pena em Pequim.
Na semana passada, vários
outros dissidentes chineses
também foram presos após assinar uma carta de protesto, pedindo mais democracia, durante o aniversário da Declaração
dos Direitos Humanos.
Mesmo antes do anúncio de
que Hu seria premiado com o
Sakharov, a principal distinção
do Parlamento Europeu, o embaixador chinês para a União
Européia mandou uma carta de
ameaça, dizendo que, se o ativista fosse premiado, "as relações da UE com a China ficariam seriamente afetadas".
No início do mês, o governo
chinês cancelara uma cúpula
com a UE pela intenção do presidente francês, Nicolas Sarkozy, à frente do bloco, de se
encontrar com o dalai-lama, líder religioso do Tibete, em reunião com outros Nobel da Paz.
Censura exportada
Vários sites que podiam ser
acessados na China desde a
Olimpíada de Pequim, em agosto, voltaram a ser bloqueados
na semana passada. O veto
atinge páginas de publicações
de Hong Kong, como Asiaweek
e Ming Pao, blogs e o site da rede estatal britânica BBC.
O porta-voz da Chancelaria
Liu Jianchao disse na terça que
o governo chinês tem o direito
de censurar sites que violem as
leis do país. Ele afirmou que alguns sites, sem citar quais, falam de Taiwan e China como
dois países, sem aceitar a política chinesa de "uma só China".
Nos últimos anos, a censura
chinesa tem bloqueado mais sites em tempos de crise. A economia do país está em processo
de forte desaceleração, com a
ameaça de deixar milhões de
desempregados.
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