DA REDAÇÃO

O presidente russo, Vladmir Putin, assinou ontem, em Sófia, acordo para a construção de um gasoduto de 10 bilhões, reforçando a hegemonia do país no mercado energético europeu. O projeto Canal Sul, da estatal russa Gazprom e da italiana Eni, deve permitir a exportação anual de 30 bilhões de metros cúbicos de gás para a sul e leste da Europa, através do território búlgaro.
O canal rivaliza com o projeto Nabucco, apoiado pela União Européia, que busca abastecer o continente com gás do mar Cáspio e da Ásia Central, numa tentativa de diminuir a dependência com relação a Moscou. Permite ainda passar ao longe da Ucrânia, ex-república soviética cada vez menos inclinada a permanecer à sombra do poderio russo.
A ofensiva energética do Kremlin contou com a presença de Dmitri Medvedev, presidente da Gazprom -que, graças ao apoio de Putin, deve sucedê-lo na Presidência do país. Além do Canal Sul, a Rússia negociou com sucesso construção de um oleoduto para exportação de petróleo cru e de reatores nucleares no país.
A crescente influência russa preocupa a oposição búlgara, que organizou protestos em Sófia. Para o ex-premiê Ivan Kostov, a Rússia "usa seu poder para oprimir as democracias bálticas".