|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VENEZUELA
Acordo é o 1º desde a instalação da mesa de diálogo mediada pela OEA, em novembro; militares rebeldes são achados mortos
Chávez e oposição fazem pacto antiviolência
DA REDAÇÃO
Representantes do governo e da
oposição venezuelana assinaram
ontem uma declaração contra a
violência, no primeiro acordo
dentro da mesa de diálogo promovida pela OEA (Organização
dos Estados Americanos) desde 8
de novembro.
Em oito pontos, as duas partes
se comprometem a criar condições para chegar a "um clima de
paz e tolerância" para resolver as
divergências políticas "de forma
pacífica". Também pedem aos
partidos, à Igreja Católica e às organizações civis para defender os
princípios democráticos e condenar a violência.
O secretário-geral da OEA, César Gaviria, disse esperar que o
acordo permita desenvolver as
negociações entre o governo e a
oposição em busca de uma saída
para a crise política no país.
A oposição, que acusa o presidente Hugo Chávez de arruinar a
economia do país com suas políticas populistas de esquerda, quer
que o presidente renuncie ou convoque eleições antecipadas. Eles
promoveram uma greve geral de
63 dias, entre dezembro e o início
deste mês, para pressioná-lo a renunciar, sem sucesso.
Chávez, por sua vez, diz que não
renunciará e acusa os opositores
de promover uma "conspiração
golpista" por ele ter atacado os
privilégios das elites que governaram o país por décadas. Ele diz
aceitar um referendo sobre seu
mandato em agosto, como está
previsto na Constituição.
O secretário-geral da CTV
(Confederação dos Trabalhadores da Venezuela), um dos líderes
da Coordenação Democrática
(associação que reúne os principais partidos e entidades da oposição), disse que o documento assinado ontem permitirá um acordo para uma "saída eleitoral" para
a crise no médio prazo.
O vice-presidente venezuelano,
José Vicente Rangel, classificou de
"muito positivo" o acordo. Ele
disse, porém, que ele não havia sido assinado antes "porque setores
da oposição não queriam".
Segundo ele, a oposição preferiu
exigir antes a realização de eleições presidenciais antecipadas.
"Começamos a discutir esse acordo por último, quando deveria ter
sido a primeira coisa. Agora isso
abre caminho para discutirmos
qualquer outra coisa", afirmou.
Assassinatos
A polícia venezuelana confirmou ontem o assassinato de três
militares dissidentes que haviam
pedido uma "desobediência civil"
contra Chávez. Os corpos de Erwin Argüello, Angel Salas e Felix
Pinto foram achados no subúrbio
de Caracas, com suas mãos atadas
e as faces tampadas com fita.
César Hernández, chefe da divisão de homicídios da polícia judiciária, confirmou que eles foram
assassinados, mas não disse como. Ninguém foi acusado oficialmente pelas mortes, mas outros
militares rebelados contra Chávez
disseram considerar "estranhas"
as circunstâncias das mortes e pediram "uma investigação isenta".
Com agências internacionais
Texto Anterior: EUA enviam mais 28 mil soldados ao Golfo Próximo Texto: Panorâmica - Bolívia: Após protestos, governo faz reforma ministerial Índice
|