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CARIBE
Líder de esquadrão da morte que agiu no país durante a ditadura de 1991-94 aproveita o caos e participa do levante
Ex-militares voltam ao Haiti para se juntar à rebelião
DA REDAÇÃO
A situação política no Haiti ficou ainda mais instável, com as
notícias da volta para o país de ex-líderes militares rivais do presidente Jean-Bertrand Aristide e de
que policiais estão fugindo e
abandonando seus postos em diversas cidades.
Louis-Jodel Chamblain, líder de
um esquadrão da morte e milícia
de direita que aterrorizou a população durante a ditadura militar
de 1991 a 1994, abandonou seu
exílio na vizinha República Dominicana e cruzou a fronteira de volta para o Haiti. Entre outros ex-militares e policiais que regressaram para participar da rebelião
contra Aristide também está Guy
Philippe, ex-chefe da polícia de
Cap-Haitien.
"O Exército não está mais desmobilizado", disse Joseph Jean-Baptiste, ex-sargento preso nos
anos 90 sob a acusação de conspiração. Aristide desmanchou as
Forças Armadas em 1995 -hoje
o Haiti tem somente uma polícia
com 5.000 integrantes. Baptiste
está em Hinche, cidade de 50 mil
habitantes que caiu sob o controle
de 50 rebeldes liderados por
Chamblain na segunda-feira.
Em Cap-Haitien, a segunda
maior cidade do país, guardas que
ainda não fugiram estão isolados
dentro da sede da polícia. Eles dizem não ter condições de defender a cidade contra ataques.
A revolta começou no último
dia 5, com a tomada de Gonaives.
Até agora, cerca de outras dez cidades caíram sob o controle dos
insurgentes, e mais de 60 pessoas
morreram. Os rebeldes controlam as estradas que ligam a capital, Porto Príncipe, ao norte e a
oeste, em direção à República Dominicana. Muitas cidades estão
sem telefone e eletricidade, e os
preços de alimentos e combustíveis dispararam nas regiões sob
domínio dos guerrilheiros.
A oposição a Aristide ganhou
força a partir de 2000, quando
eleições legislativas foram canceladas depois de acusações de fraudes por parte do governo.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, descartou o envio
de ajuda ao país do Caribe. "Francamente, não há nenhum entusiasmo agora para mandarmos
forças para acabar com a violência", disse Powell. Um alto funcionário do governo americano disse
que Aristide rejeitou a sugestão de
convocação de eleições presidenciais antecipadas como forma de
acabar com a crise. O mandato de
Aristide termina em 2006.
A França está fazendo uma série
de consultas a outros países para
ver se há apoio para uma intervenção externa. "A França não
propôs formalmente uma força
da ONU. Poderia ser uma força
civil, uma força policial. Há diversas opções possíveis", afirmou
um porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores.
O ex-padre Aristide foi eleito
presidente em 1990. Sete meses
depois foi deposto por um golpe
militar. Em 1994, voltou ao poder
depois que os EUA enviaram 20
mil soldados para restabelecer a
ordem democrática. Aristide deixou a Presidência em 1996 e em
2000 ganhou novo mandato, em
eleição questionada pela oposição
e por observadores.
Com agências internacionais
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