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Presidente do Níger sofre golpe de Estado e é preso por militares
Golpistas decretam suspensão da Constituição, e ONU exige volta de Tandja, no poder desde 1999
DA REDAÇÃO
Soldados golpistas liderados
por um alto comandante do
Exército do Níger tomaram ontem a sede do governo e levaram o presidente Mamadou
Tandja e vários ministros a
uma prisão militar, deflagrando uma onda de violência que
deixou um número ainda indefinidos de mortos na capital do
país, Niamey.
Sob as ordens do coronel Djibril Adamou Harouna, os rebeldes tomaram a TV estatal
para anunciar a suspensão da
Constituição e a dissolução das
instituições públicas.
Um toque de recolher noturno foi decretado e militares fecharam as fronteiras do país.
Um porta-voz dos golpistas disse que o Níger agora é governado por um Conselho Supremo
pela Restauração da Democracia e pediu à população e à comunidade internacional que
"confiem" nos rebeldes. A ONU
exigiu o retorno à legalidade, e
os EUA disseram "estar acompanhando" a situação.
Embora seja um grande produtor de urânio, o Níger é um
dos países mais pobres do mundo e desde 1999 é dirigido por
Tandja, que deveria ter deixado
o cargo no ano passado após
dois mandatos de cinco anos,
mas promoveu uma emenda
constitucional para poder ficar
mais três anos no poder.
A medida desatou uma crise
política e sanções comerciais
dos EUA e de países africanos.
Tandja alegou que precisava de
"mais tempo" para implementar grandes projetos nacionais.
Num claro reflexo dessa crise, os rebeldes invadiram o palácio em plena luz do dia no
momento em que o presidente
se reunia com assessores. Os
golpistas carregavam armas pesadas e circulavam a bordo de
blindados. Não está claro qual o
grau de resistência eles enfrentaram ao chegar no local.
Há relatos de corpos de combatentes nas ruas e de soldados
sendo atendidos em hospitais.
O Níger sofreu três golpes de
Estado entre 1974 e 1999, ano
em que eleições consideradas
limpas trouxeram um período
de estabilidade ao país.
Com agências internacionais
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