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Discurso de Bush gera tensão e desesperança
DO ENVIADO ESPECIAL A AMÃ
Tensão, semblantes lívidos e
desesperança. Nem bem o presidente dos EUA, George W. Bush,
terminava seu pronunciamento
anteontem à noite, e a guerra iminente virou o assunto principal de
Londres e Tel Aviv, cidades percorridas pela reportagem da Folha no caminho para Amã. Na capital britânica, em pubs, pontos
de táxi, bancas e aeroportos, pessoas paravam em grupos em
qualquer lugar que houvesse uma
TV ou um rádio ligados.
A pergunta: quando e como iria
começar a invasão ao Iraque.
"É incrível como, dez anos depois, estamos às portas da mesma
guerra estúpida", disse Michael
Marks, especialista em segurança.
Segundo pesquisas de opinião recentes, a maioria dos britânicos é
contra a guerra sem aval da ONU.
Nas filas de embarque do aeroporto internacional de Heathrow,
passageiros preocupados recebiam um comunicado oficial em
que as viagens para o Oriente Médio eram desencorajadas. "Há um
risco de ataque do Iraque a Israel
nos próximos momentos. Esse
ataque pode envolver armas químicas e biológicas", dizia o texto.
Foi o suficiente para que o clima
nos aviões que iam para um dos
países daquela área fosse mais solene e sério do que o habitual.
No aeroporto Ben Gurion, em
Israel, os alto-falantes instavam a
população a fazer estoque de alimento e remédios. Nas duas horas em que esperavam pelo próximo trecho da viagem, os repórteres da Folha foram abordados e revistados pelo menos oito vezes
pelos policiais à paisana. (SD)
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