São Paulo, domingo, 19 de março de 2006

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IRAQUE SOB TUTELA

Presidente reconhece problemas, mas diz que há progressos

É preciso resistir à "tentação da retirada", apela Bush

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, pediu ontem aos americanos, cada dia mais impacientes com os reveses no Iraque, que resistam à "tentação da retirada", mesmo reconhecendo os problemas e a perspectiva de mais banho de sangue.
Às vésperas do terceiro aniversário do início da Guerra do Iraque, Bush insistiu que, a despeito das "horríveis" imagens do Iraque, houve progressos políticos e econômicos. Ele acrescentou que seu governo está "consertando aquilo que não funciona".
Já os britânicos, principais parceiros dos EUA no Iraque, estão menos otimistas. O ministro da Defesa do Reino Unido, John Reid, disse ontem que a demora em formar um governo iraquiano está criando um perigoso vácuo de poder. "E os terroristas adoram um vácuo", afirmou.
Além disso, para Reid, os iraquianos ainda não estão prontos para assumir o comando total da segurança em nenhuma das 18 Províncias do país.
Fontes políticas citadas pela agência de notícias Reuters, no entanto, disseram esperar que haja um acordo nos próximos dias, uma vez que a poderosa Aliança Xiita aparenta mais disposição de aceitar um nome alternativo ao de Ibrahim al Jaafari para o cargo de premiê. Árabes sunitas e curdos dizem que Jaafari nada fez enquanto ocupou o cargo interinamente e querem outro premiê.
Em Londres, cerca de 14 mil pessoas protestaram ontem exigindo a retirada e lembrando os três anos do confronto. Alguns carregavam cartazes com a foto de Bush e a frase "terrorista número um do mundo". Houve manifestações também em Tóquio (Japão), Estocolmo (Suécia), Sydney (Austrália), Istambul (Turquia), Karachi (Paquistão) e Nicósia (Chipre).
Ontem foi o terceiro dia da grande operação conjunta entre EUA e Iraque contra a insurgência sunita. Dois soldados americanos e dois supostos insurgentes foram mortos. Desde o início da ação, cerca de 80 suspeitos foram detidos, entre os quais os acusados pelo assassinato de um jornalista da TV Al Arabiya. "Esta é uma operação para alcançar objetivos militares, e não um exercício de relações públicas", disse o coronel americano Edward Loomis.


Com agências internacionais

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