São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Militante virou escritor e se dizia inocente

DA REDAÇÃO

Um dos chefes da organização extremista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália em 1993, por sua participação em quatro assassinatos, entre 1978 e 1979.
O PAC atacou uma fábrica da Alfa Romeo, em Milão, além de matar policiais e carcereiros em outras ações.
Detido em junho de 1979, Battisti escapou da prisão em 1981 e passou oito anos na clandestinidade no México. Até que se instalou em Paris, em 1990, onde trabalhou como porteiro de um edifício e escreveu romances policiais.
O então presidente francês, o socialista François Miterrand, manteve uma política de não extraditar ativistas políticos desde que renunciassem às armas e não tivessem cometido "delitos de sangue". Quando a Justiça francesa aceitou extraditá-lo, em 2004, ele sumiu, em agosto daquele ano. Acredita-se que pouco depois tenha fugido para o Brasil.
Battisti reiterou sua inocência em um livro publicado no ano passado na França. "Sou culpado de ter participado de um grupo armado e de ter portado armas. Mas nunca atirei em ninguém", escreveu em "Ma Cavale" (minha fuga), livro que tem apresentação escrita pelo filósofo Bernard-Henri Levy.
A França se orgulhava de asilar refugiados políticos. Muitos franceses acreditavam que os militantes italianos não receberiam julgamento justo em seu país.
Mas a política de Miterrand gerou críticas de que o país não combatia o terrorismo devidamente.
Aos poucos, o país ajustou sua política para atender aos pedidos de extradição italianos, assim como aos ligados aos terroristas bascos do ETA, que costumavam se esconder lá.


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