|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
Austríaco que prendeu filha admite culpa por morte de bebê e pode ter pena menor
DA REDAÇÃO
O austríaco Josef Fritzl
causou surpresa ontem ao se
declarar, ante a corte, culpado de todas as seis acusações
contra ele: assassinato, estupro, escravização, coerção,
cárcere privado e incesto. Até
então, o engenheiro confessara ter mantido a filha Elisabeth no porão de sua casa por
24 anos e tido sete filhos com
ela, mas negara responsabilidade na morte de uma das
crianças -ato que pode levá-lo à prisão perpétua. O veredicto deve sair hoje.
O porta-voz do tribunal de
Sankt Pölten (69 km de Viena), Franz Cutka, afirma que
a declaração de Fritzl pode
servir de atenuante e reduzir
a sentença imputada ao réu.
Sob a lei austríaca, o júri terá
de se pronunciar mesmo após
a admissão de culpa, e os juízes decidirão a pena.
Fritzl, 73, disse à juíza que
decidiu assumir sua culpa
após assistir ao depoimento
em vídeo de Elisabeth -no
qual, por 11 horas, ela descreveu uma rotina de estupros.
Testemunhas disseram que a
própria Elisabeth esteve na
corte, o que não foi confirmado pelas autoridades.
Elisabeth (hoje com 42
anos) ficou presa no porão de
sua casa de 1984 até o ano
passado, quando o caso veio à
tona. Três de seus filhos foram criados por Fritzl, que simulou seu abandono na porta
da casa; os demais passaram a
vida no porão. Mas uma das
crianças nasceu com problemas respiratórios e morreu
ainda recém-nascida, sem
cuidados médicos, em 1996. O
corpo foi incinerado no jardim da casa. A Promotoria
acusa Fritzl de assassinato
por omissão de socorro.
"Pensei que o bebê sobreviveria. Deveria ter percebido
[a gravidade de seu estado].
Só ontem [anteontem] vi como fui cruel com Elisabeth",
disse ele ao tribunal.
Elisabeth e seus seis filhos,
de idades entre 6 e 20 anos,
passaram meses sob cuidados
psicológicos e vivem hoje
com nova identidade.
Uma avaliação psiquiátrica
determinou que Fritzl é ciente de seus atos. Mas a psiquiatra Adelheid Kastner, que o
examinou, disse ao tribunal
que ele sofre de uma forte alteração de personalidade e
poderia reincidir. Ela recomendou que, se condenado,
ele passe parte da sentença
em uma prisão psiquiátrica.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Governistas se opõem a lei de delação de ilegais na Itália Próximo Texto: Ilha rebelada: Madagascar cancela polêmica cessão de terras Índice
|