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EUA apóiam política de Israel
DA REDAÇÃO
A Casa Branca apoiou sábado à
noite a iniciativa israelense de eliminar o líder do Hamas, Abdel
Aziz Rantisi. Disse que Israel tem
o direito de se defender contra os
terroristas. A reação foi divulgada
três horas depois do ato em Gaza.
Antes dela, o Departamento de
Estado havia sido menos categórico. Um porta-voz que não se
identificou, ouvido pela Reuters,
insistiu que os EUA não tinham
dado sinal verde para um ato que
qualificou de "assassinato".
A CNN colheu declaração bastante parecida. O que bastou para
que a AFP abrisse seu despacho
em francês sobre a reação americana com o fato de Washington se
dissociar dos israelenses.
Só bem mais tarde o porta-voz
da Casa Branca, Scott McClellan,
foi bem mais conciliatório. Mesmo assim, McClellan disse que
"Israel precisa considerar cuidadosamente as conseqüências".
Acabou prevalecendo a segunda reação, por não se tratar de
uma tomada de posição anônima
e também porque, na hierarquia
de Washington, a Casa Branca se
sobrepõe ao que vem do Departamento de Estado.
O candidato presidencial democrata John Kerry, embora bastante crítico à política externa de
Bush, concordou com a Casa
Branca ao afirmar que "Israel tem
todo o direito do mundo em responder a todo ato de terrorismo".
E acrescentou: "O Hamas é uma
brutal organização terrorista, teve
anos para se transformar e participar do processo do paz, o que
acabou não fez".
A unidade interna nos EUA
contrasta com as reações de condenação de Israel nos demais países do mundo. O papa João Paulo
2º qualificou o a morte do dirigente do Hamas de "ato desumano". Disse que estava acompanhando com grande tristeza as
notícias que chegavam "da Terra
Santa e do Iraque".
O responsável pela política externa da União Européia, Javier
Solana, disse que a morte do dirigente "não facilita uma saída positiva a paz no Oriente Médio".
Brian Cowen, ministro do Exterior da Irlanda, país que detém a
presidência da UE no atual semestre, exortou para que "cessem
de imediato semelhantes violências" e disse que as "execuções extrajudiciais são contrárias ao direito internacional, cujo respeito
diferencia governos democráticos
e grupos terroristas".
Na França, texto do Ministério
das Relações Exteriores também
condenou as "execuções extrajudiciais". O novo ministro do Exterior da Espanha, Miguel Angel
Moratinos, disse que o atentado
foi "contraproducente" e não ajuda a restabelecer o diálogo.
A Rússia condenou "a solução
das diferenças por meios extrajudiciais", enquanto o Japão disse
que a morte foi "um assassinato
injustificável". Os países árabes
criticaram Israel.
Com agências internacionais
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