São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2004

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Rice confirma que plano contra Iraque é de 2001

DA REDAÇÃO

A assessora de Segurança Nacional dos EUA, Condoleezza Rice, confirmou ontem que o presidente George W. Bush solicitou um plano militar sobre o Iraque durante a invasão do Afeganistão em 2001, mas afirmou que o objetivo era derrotar a milícia Taleban.
"O presidente aparentemente conversou com Donald Rumsfeld [secretário de Defesa] e lhe disse: "Preciso saber quais seriam minhas opções em relação ao Iraque'", disse Rice à cadeia de TV Fox News, em meio à nova polêmica sobre a fixação de Bush com o Iraque.
O imbróglio é produto do novo livro "Plano de Ataque" do jornalista do "Washington Post" Bob Woodward -o mesmo repórter do caso Watergate. No volume, Woodward ressalta o fato de que o presidente Bush começou a pensar em invadir o Iraque pouco após o 11 de Setembro.
"No fim de novembro [de 2001], as coisas começaram a se acalmar no Afeganistão, e acredito que o presidente começou a pensar no que mais poderia ser feito para enfrentar a ameaça resultante do 11 de Setembro", disse Rice. A assessora afirmou que essa idéia era parte de uma avaliação para ter uma idéia mais ampla sobre os possíveis inimigos dos EUA e não de uma decisão pré-determinada de lançar uma operação militar para derrotar Saddam.
No livro, que chega às livrarias nesta semana, relata-se que, em 21 de novembro de 2001, quando as tropas americanas estavam havia pouco no Afeganistão, Bush se reuniu com o chefe do Pentágono e lhe pediu que "começasse a olhar" o Iraque. Bush sugeriu a Rumsfeld que fossem estabelecidos possíveis vínculos entre Bagdá e o 11 de Setembro sem que fosse "terrivelmente evidente".
Sexta-feira, Bush foi indagado sobre essa reunião e contestou. Disse não poder se lembrar das datas exatas "de tanto tempo atrás".
Segundo Woodward, o presidente estava preocupado com as conseqüências do vazamento do caso, que causaria "enorme confusão internacional e especulações" e, por isso, evitou comentar até com sua assessora de segurança e com o diretor da CIA, George Tenet.
Rice afirmou que não era segredo que "Saddam Hussein e o Iraque representavam a relação mais hostil que tínhamos no Oriente Médio". Sobre o arsenal químico e biológico não encontrado, Rice disse que "havia um programa ativo" de armas proibidas e que Bagdá tinha histórico de uso.


Com agências internacionais

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