São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2004

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EUA perdem mais dez soldados em combate

DA REDAÇÃO

O saldo de militares americanos mortos no Iraque desde que o país foi invadido, em 20 de março de 2003, chegou a 700 com a morte de dez soldados em confrontos com a insurgência e de outros dois em acidentes, entre sábado à noite e ontem. Abril está sendo o mês mais sangrento desde o anúncio do fim dos principais confrontos, há quase um ano.
A coalizão ocupante se vê diante de uma campanha de seqüestros de estrangeiros para forçar sua retirada, do levante da milícia do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, em Najaf (sul), e da intensificação dos conflitos em Fallujah, bastião sunita a oeste de Bagdá.
O resultado é o êxodo de estrangeiros trabalhando na reconstrução, a reavaliação da manutenção das tropas por alguns aliados, como Portugal, e o surgimento de dúvidas sobre a transição política, que começa em 30 de junho, com a extinção da Autoridade Provisória da Coalizão e a criação de um governo interino iraquiano.
Ante o quadro, o diplomata americano Paul Bremer, que chefia a APC, voltou a dizer que a polícia e o Exército iraquianos não terão como lidar com a ameaça representada pelos insurgentes -o que significa que a presença militar americana deve continuar forte pelos próximos meses.
No incidente mais grave de ontem, cinco marines americanos foram mortos perto da fronteira com a Síria, quando sua patrulha foi emboscada e entrou em confronto com cerca de 150 insurgentes na cidade de Husaybah -30 dos quais foram mortos. A região teve a guarda recentemente reforçada pelos EUA por ser considerada uma porta para terroristas.
Um ataque a outro comboio dos EUA, em Diwaniyah (sul), resultou na morte de mais três soldados americanos. Outro morreu em um tiroteio, e o décimo foi vítima de uma mina terrestre.
A coalizão tenta negociar uma trégua em Fallujah, onde mais de 600 iraquianos foram mortos neste mês. Em Najaf, Al Sadr declarou dois dias de cessar-fogo, e a situação local está mais calma.
Cerca de 15 estrangeiros seguem em poder de seqüestradores.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, general Richard Myers, enfatizou a posição americana de não negociar. Nove americanos estão desaparecidos, sete deles civis.
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, recebeu o chanceler do Irã, Kamal Kharrazi, a quem pediu ajuda para negociar a libertação de três italianos. Na quarta-feira, Fabrizio Quattrocchi, capturado com o mesmo grupo, foi morto.


Com agências internacionais

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