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análise
Contatos de ex-presidente são simbólicos
DA REPORTAGEM LOCAL
A tentativa do ex-presidente americano Jimmy
Carter de romper o isolamento imposto ao grupo radical palestino Hamas é uma
iniciativa positiva, mas que
não surtirá nenhum efeito
concreto.
É o que afirma o analista
americano de origem libanesa Mohamad Bazzi, do Council on Foreign Relations, de
Nova York.
"Carter acredita que pode
abrir um diálogo como o Hamas, mas o ex-presidente
não representa nada além
dele próprio. Sua missão é
essencialmente simbólica, já
que Estados Unidos e Israel
desaprovam totalmente seus
encontros com o Hamas",
disse Bazzi em entrevista por
telefone à Folha.
"Não creio que esse tipo de
encontro extra-oficial possa
ajudar a resolver impasses
como a captura de Gilad Shalit ou o cerco à faixa de Gaza", acrescentou. O mérito
de Carter, de acordo com
Bazzi, é o de apontar caminhos. "A visita serve ao menos para mostrar a Europa e
EUA que eles deveriam conversar com o Hamas", disse.
Para o analista americano-libanês, "o Hamas é uma importante força política e social, e nenhuma solução ao conflito entre israelenses e
palestinos será possível sem
a sua participação".
"Ao manterem o Hamas
isolado, EUA e Europa contribuem para fortalecer as lideranças externas do grupo,
aquelas que vivem no exílio,
em detrimento dos líderes
que vivem nos territórios palestinos", destaca Bazzi.
(SAMY ADGHIRNI)
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