São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

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análise

Contatos de ex-presidente são simbólicos

DA REPORTAGEM LOCAL

A tentativa do ex-presidente americano Jimmy Carter de romper o isolamento imposto ao grupo radical palestino Hamas é uma iniciativa positiva, mas que não surtirá nenhum efeito concreto.
É o que afirma o analista americano de origem libanesa Mohamad Bazzi, do Council on Foreign Relations, de Nova York.
"Carter acredita que pode abrir um diálogo como o Hamas, mas o ex-presidente não representa nada além dele próprio. Sua missão é essencialmente simbólica, já que Estados Unidos e Israel desaprovam totalmente seus encontros com o Hamas", disse Bazzi em entrevista por telefone à Folha.
"Não creio que esse tipo de encontro extra-oficial possa ajudar a resolver impasses como a captura de Gilad Shalit ou o cerco à faixa de Gaza", acrescentou. O mérito de Carter, de acordo com Bazzi, é o de apontar caminhos. "A visita serve ao menos para mostrar a Europa e EUA que eles deveriam conversar com o Hamas", disse.
Para o analista americano-libanês, "o Hamas é uma importante força política e social, e nenhuma solução ao conflito entre israelenses e palestinos será possível sem a sua participação".
"Ao manterem o Hamas isolado, EUA e Europa contribuem para fortalecer as lideranças externas do grupo, aquelas que vivem no exílio, em detrimento dos líderes que vivem nos territórios palestinos", destaca Bazzi. (SAMY ADGHIRNI)


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