São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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EUA dispensam seu principal informante

DA REDAÇÃO

O governo americano decidiu suspender o envio de US$ 340 mil mensais ao Congresso Nacional Iraquiano, grupo liderado por Ahmad Chalabi e que fazia oposição no exílio ao ditador deposto Saddam Hussein.
Chalabi, um empresário xiita que deixou às pressas a Jordânia em 1992, para não ser preso por falência fraudulenta de um banco que controlava, foi um dos principais informantes de Washington nos meses que precederam a invasão do Iraque.
Os EUA hoje consideram que as informações por ele transmitidas eram propositalmente exageradas para apressar a guerra e fazer crer que os soldados americanos seriam recebidos amistosamente como libertadores.
Ele ainda teria indicado aos americanos a localização de depósitos de armas bacteriológicas que, na verdade, nunca existiram.
Suas boas relações com o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, e com seu vice, Paul Wolfowitz, levaram-no a ser levado mais a sério que informes da CIA, cautelosos quanto à existência de armas de destruição em massa. Segundo o "New York Times", os EUA deram a Chalabi e a seu grupo US$ 27 milhões ao todo. O último pagamento mensal foi feito agora em maio.
Chalabi foi freqüentemente citado no ano passado por informantes anônimos do Pentágono, como nome capaz de governar o Iraque redemocratizado.
Wolfowitz disse, em depoimento a uma das comissões do Congresso, que a suspensão da ajuda financeira a Chalabi "foi uma decisão tomada em razão do processo de transferência da soberania ao povo iraquiano".
Consultado sobre as acusações levantadas contra seu dirigente, um porta-voz do Congresso Nacional Iraquiano disse que as informações de Chalabi permitiram capturar 1.500 insurgentes, seguidores do ditador deposto.


Com agências internacionais


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