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Bush diz que paz só vem com democracia
DO "NEW YORK TIMES"
Depois de presentear Israel com a exibição das boas
relações daquele país com os
EUA, o presidente George W.
Bush entregou ontem aos governantes árabes uma "lição
de casa". Afirmou que, para
que a paz no Oriente Médio
se torne realidade, eles devem desenvolver suas economias, dar oportunidades
iguais às mulheres e adotar a
democracia.
"Com muita freqüência, na
região, fazer política consistia em ter uma liderança no
poder e a oposição na cadeia", disse o presidente
americano, no Fórum Econômico Mundial, reunido no
Egito. "Chegou a hora de os
países do Oriente Médio
abandonarem essa prática e
tratarem seus povos com
dignidade e o respeito",
acrescentou.
O discurso encerrou viagem de cinco dias à região,
que também levou Bush a Israel e à Arábia Saudita.
A Casa Branca havia anunciado que a viagem seria uma
mistura de "substância e
simbolismo". Mas ela acabou
provocando críticas do lado
árabe, que acusou o presidente de insensibilidade
quanto à questão palestina.
Bush tentou temperar essa
impressão. Depois de receber no sábado o presidente
da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas,
declarou estar "absolutamente comprometido" com
o Estado palestino.
No discurso de ontem, assistido pelos governantes do
Iraque, Paquistão, Egito e
Afeganistão, Bush afirmou:
"em nossa democracia, jamais puniríamos alguém por
ter um exemplar do Corão".
Retomando uma frase que
pronunciou na semana passada no Parlamento israelense, disse que sua visão
"não é judaica ou muçulmana, não é americana ou árabe, é universal".
Essa foi a segunda visita do
presidente americano à região em cinco meses.
Ameaça de Abbas
O presidente palestino,
Mahmoud Abbas, tem a intenção de se demitir dentro
de seis meses, caso nesse período não obtiver um acordo
de paz com Israel.
A afirmação foi feita ontem pelo dirigente palestino
ao deputado pacifista israelense Yossi Beilin, do partido
Meretz. Abbas e Beilin participam do Fórum Econômico
Mundial, no Egito. As declarações de Abbas foram distribuídas por assessores do deputado israelense. "Eu não
aceitei o cargo de presidente
para cumprir as funções de
presidente, mas para alcançar um objetivo. Não haverá
nenhum sentido continuar
no cargo se não for possível
alcançar a paz".
Abbas também afirmou
que o malogro do compromisso de Annapolis -cidade
americana em que se reuniram em novembro dirigentes árabes e israelenses-
"seria uma grande vitória para os grupos extremistas do
Oriente Médio".
Em Jerusalém, o premiê
israelense, Ehud Olmert,
alertou ontem que seu país
está próximo de "uma encruzilhada" quanto à forma de
reagir aos foguetes lançados
a partir de Gaza.
Com agências internacionais
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