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Insurgência captura militares dos EUA
Os dois militares atuavam na sexta em posto de controle ao sul de Bagdá; comando americano os julga "desaparecidos"
Testemunha afirma que
insurgentes encapuzados
cercaram veículo, mataram
o motorista e capturaram
os dois outros ocupantes
DA REDAÇÃO
Embora o comando americano no Iraque continuasse ontem a afirmar que estão apenas
"desaparecidos" dois militares
que na sexta-feira atuavam
num posto de controle ao sul de
Bagdá, uma testemunha ouvida
pela Associated Press relatou
com detalhes que eles foram
feitos prisioneiros por um grupo encapuzado de insurgentes.
Aprisionar soldados americanos é raríssimo no conflito
iraquiano. O precedente ontem
citado é o do sargento Keith
Maupin, desaparecido desde
abril de 2004 e que pode ser a
pessoa que aparece de costas e
é executada num vídeo distribuído na época.
A identidade e a patente dois
dois militares de agora não foram divulgadas. Já na sexta-feira, uma operação de resgate, da
qual participaram helicópteros, aviões e blindados, foi desencadeada para, até agora sem
sucesso, localizá-los.
Os americanos também revistam domicílios da região e
oferecem US$ 100 mil por informações que identifiquem
seus captores e o paradeiro que
eles tomaram.
A testemunha, Ahmed Khalaf Falah, um agricultor, disse
que ocupantes de três veículos
Humvee operavam o posto de
controle quando um grupo de
insurgentes passou a atirar de
todas as direções.
O incidente ocorreu em Yussifiyah, perto do canal do rio
Eufrates, a cerca de 20 km ao
sul de Bagdá. A região, predominantemente sunita, é conhecida como "triângulo da morte", em razão das freqüentes
ações dos insurgentes.
Falah afirma que dois dos
veículos saíram ao encalço dos
encapuzados, mas que um terceiro, que tentava acompanhá-los, caiu numa emboscada. O
motorista foi imediatamente
morto. Os dois outros militares
que o acompanhavam foram
então capturados.
Um residente de Youssifiyah,
cuja casa foi revistada, disse ao
"New York Times" que não delataria os insurgentes em troca
dos US$ 100 mil que os americanos ofereceram. "Eles merecem o que estão sofrendo. Nossa vida é um inferno por causa
deles", afirmou.
Em Washington, o porta-voz
da Casa Branca, Tony Snow,
disse estar informado sobre a
versão da mídia sobre a prisão
dos dois militares, mas disse
não querer "tirar conclusões".
Os americanos e forças terrestres iraquianas prosseguiam
ontem uma ofensiva que procura neutralizar focos da insurgência em Ramadi, cidade do
sul e com 400 mil habitantes.
Um soldado americano foi
ferido por uma mina na beira
de uma estrada, enquanto
bombas caíram a menos de 500
metros de um posto avançado
das forças oficiais.
Em Bagdá, a polícia encontrou 17 cadáveres, entre eles o
de quatro mulheres e um adolescente, todos algemados e
com tiros na cabeça. São prováveis vítimas do conflito entre
sunitas e xiitas.
Também na capital homens
armados seqüestraram ontem
dez padeiros, sem que se saiba a
razão para a escolha de cidadãos dessa profissão.
Por sua vez, uma organização
muçulmana vinculada à Al
Qaeda, o Conselho da Shura
Mujahidin, reivindicou a autoria de quatro dos atentados a
explosivo ocorridos sábado em
Bagdá, e que, em conjunto, mataram 43 civis.
Com agências internacionais
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