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Hamas acata maior parte de plano sobre Israel
Grupo ainda diverge com Fatah sobre três pontos
DA REDAÇÃO
O grupo islâmico Hamas e
seus rivais palestinos do Fatah
poderão chegar ainda hoje a um
acordo sobre o plano que prevê
dois Estados independentes na
região. Subscrevendo o documento, o Hamas estaria reconhecendo indiretamente o direito de Israel à existência.
Dois deputados do grupo,
Ahmed Bahar e Ibrahim Dahfur, disseram ao jornal israelense "Haaretz" que as negociações já levaram ao acordo em
98% dos pontos discutidos.
Pouco antes, porta-vozes do
grupo islâmico, que controla o
Parlamento e o governo palestino, disseram que se atingiu o
consenso em 15 dos 18 dispositivos em negociação.
Os três pontos de divergência, diz ainda o "Haaretz", dizem respeito ao relacionamento do futuro Estado com Israel.
Trata-se de, no primeiro desses pontos, atribuir à OLP (colegiado de organizações, no
qual o Fatah é a mais poderosa)
o monopólio das negociações
com os israelenses. No segundo
está o direito à insurgência em
territórios ainda ocupados e,
no terceiro, a realização de plebiscito sobre o plano.
Uma nova rodada está marcada para hoje. A Associated
Press diz que os negociadores
estão otimistas e que, se aceitar
o documento, o Hamas se curvaria às pressões ocidentais,
que dificultaram ou bloquearam a transferência de fundos
ao governo palestino, inviabilizando-o economicamente.
Pelo plano, o futuro Estado
palestino ocuparia Gaza e a Cisjordânia, territórios definidos
por suas fronteiras de 1967, posição a partir da qual se negociaria com os israelenses.
Aceitando o plano, o grupo
islâmico, que até agora rejeita a
existência de Israel, também
evitaria ser derrotado no plebiscito que o presidente da Autoridade Nacional Palestina,
Mahmoud Abbas, ameaça convocar. Pesquisas indicam que
uma maioria dos palestinos
apoiaria um plano de paz que
tenha como pressuposto o reconhecimento de Israel.
Ontem, o Fatah e o Hamas
conseguiram eliminar seu
principal ponto interno de litígio: as forças de segurança. O
Hamas criou sua própria milícia, que entrava em freqüentes
conflitos com a polícia oficial,
subordinada a Abbas.
Pelo acordo, a milícia do Hamas será incorporada às forças
regulares da polícia. Terá um
comandante do grupo islâmico,
mas este obedecerá a Abbas como superior hierárquico.
Inquérito internacional
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, rejeitou
ontem a possibilidade de uma
comissão internacional investigar a morte de oito civis palestinos numa praia de Gaza.
O Exército israelense, depois
de inquérito interno, reafirma
não ter sido o responsável pelos
projéteis lançados sobre a
praia. Mas a entidade Human
Rights Watch diz que suas investigações indicam que os disparos tiveram como origem militares israelenses.
O jornal britânico "The
Guardian" disse em reportagem na sexta-feira que também
chegou a essa conclusão.
Com agências internacionais
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