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Premiê iraquiano assassinou seis suspeitos, diz jornal australiano
DA REDAÇÃO
Iyad Allawi, o novo primeiro-ministro do Iraque, sacou uma
pistola e assassinou seis suspeitos
numa delegacia de polícia de Bagdá alguns dias antes de Washington transferir a soberania iraquiana a seu governo interino, afirma
o jornal australiano "The Sydney
Morning Herald".
O texto, assinado pelo jornalista
Paul McGeogh, que está em Bagdá, se baseia em declarações de
duas pessoas que dizem ter testemunhado os assassinatos. Elas
afirmam que os suspeitos, que estavam algemados e encapuzados,
foram alinhados contra uma parede no pátio adjacente ao bloco
de celas de segurança máxima em
que eram mantidos no centro de
detenção de Al Amariyah, nos subúrbios de Bagdá. As testemunhas dizem que, antes de atirar,
Allawi, que é médico, contou que
os suspeitos haviam matado, cada
um, 50 iraquianos e "mereciam
mais do que a morte".
Em nota enviada ao jornal australiano, o escritório do primeiro-ministro nega a totalidade dos relatos das testemunhas. A nota
afirma que Allawi jamais visitou o
centro de detenção e não carrega
uma arma.
Os informantes do jornal, porém, dizem que Allawi atingiu cada um dos jovens na cabeça e que
cerca de 12 policiais iraquianos e
quatro norte-americanos que são
responsáveis pela segurança pessoal do premiê assistiram a tudo
em silêncio.
As testemunhas dizem ainda
que o ministro do Interior, Falah
al Naqib, que também assistiu às
execuções, congratulou o premiê
depois do último tiro. O gabinete
de Al Naqib nega. O jornal diz que
descobriu os nomes de três das vítimas.
Em Bagdá, correm muitos rumores sobre a brutalidade do novo premiê, mas essa é a primeira
vez que surgem testemunhas de
um assassinato a sangue-frio.
Um ex-agente da CIA (serviço
secreto dos EUA, para o qual Allawi trabalhou), Vincent Cannisatraro, recentemente contou à revista "The New Yorker" que o
atual premiê participou de "coisas
sujas" nos tempos em que era um
agente secreto em Londres.
Em Bagdá, observadores dizem
que relatos de que Allawi é capaz
de matar a sangue-frio podem ser
úteis a um político pouco conhecido que quer provar que é forte.
Com o "Sydney Morning Herald"
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