DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A comerciante paulista descendente de libaneses Joheina Mankara desembarcou ontem em Recife (PE) com suas filhas, mas deixou para trás o marido, em Trípoli. Mankara estava em férias no Líbano com o marido e duas filhas adolescentes, quando os ataques começaram. Ela retornou ontem ao Brasil com mais 97 pessoas resgatadas da zona de conflito, em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
"Infelizmente, está havendo esse tipo de terrorismo. Temos familiares lá. Estão na montanha, que é o refúgio de todos", declarou Mankara, vestindo uma camiseta da seleção brasileira. "Deixei marido, primos, sogra, muita gente."
Mankara chegou ao Líbano com as filhas no dia 10 de julho, para 30 dias de férias. No dia 13, os conflitos começaram.
"Não deu para aproveitar nada", afirmou. Elas estavam em Trípoli, a mais de cem quilômetros de Beirute, mas, mesmo assim, ouviam o bombardeio.
"Recebemos um aviso do Itamaraty sobre o retorno ao Brasil e estávamos arrumando as malas quando começaram as explosões", disse. "Levamos um susto. A sensação é horrível, porque você ouve o barulho, mas não sabe de onde vem e não tem para onde fugir."
Segundo Mankara, o marido, libanês radicado no Brasil há 20 anos, preferiu ficar no Líbano, pois "tinha negócios a resolver" no país e acreditava no fim do confronto em curto prazo. (FG)


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