São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 2006

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Ataque mata menino brasileiro no Líbano

Bassel Termos, 7, passava férias na casa do avô em Tallousa quando Israel começou ofensiva; mãe corre risco de morte

Itamaraty não confirma morte de outro brasileiro, Rodrigo Aiman, em Tiro; comunidades islâmicas de Foz fazem protesto hoje


JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU

O menino brasileiro Bassel Termos, 7, morreu às 4h (horário de Brasília) em Tallousa (sul do Líbano) depois que bombardeios israelenses destruíram a casa de seu avô, onde passava férias. Ele é o quinto brasileiro a morrer no Líbano após o início da ofensiva militar de Israel, em retaliação ao seqüestro de dois de seus soldados pelo grupo terrorista Hizbollah no último dia 12.
Segundo o "Jornal Nacional", da TV Globo, um sexto brasileiro foi vítima do conflito. Rodrigo Aiman, 34, teria morrido no domingo na cidade de Tiro, no sul do país, mas a família só soubera da morte ontem. O Itamaraty disse não ter informações sobre o caso.
Ainda segundo a emissora, Aiman, comerciante do Brás, em São Paulo, foi morto com outras 30 pessoas, e seu corpo deve ficar no Líbano.
A mãe de Bassel, Manali, 24, foi operada e corria risco de morte, segundo informações de familiares. Seu irmão foi ferido, mas passava bem. Outras duas pessoas morreram no ataque.
Mohamed Termos, 34, empresário em Foz do Iguaçu (PR) e tio de Bassel, disse que a família estava reunida na casa do avô do menino quando ocorreu o bombardeio. "Estavam fazendo o café da manhã. Os ataques foram em todo o quarteirão onde moravam. Eles foram soterrados pelos destroços do prédio vizinho", afirmou.
A família Termos tinha planejado se reunir no Líbano na semana passada. Manali e os dois filhos viajaram para Beirute há duas semanas. O pai, Imad, viajou de São Paulo para a China a negócios e iria se reunir com a família no dia em que começaram os ataques. Ele conseguiu chegar à capital libanesa, mas não havia conseguido se reunir com a família.
"Acho que ele nem vai conseguir ver o filho. Está complicado ligar para Beirute. Ele iria ficar no meu apartamento, que também foi destruído pelos ataques na capital", disse Mohamed. Segundo ele, Imad não tem como chegar a Tallousa.
Ontem à tarde, o movimento no apartamento da família Termos, no centro de Foz do Iguaçu, era grande. Eram árabes da comunidade xiita em busca de informações. O clima era de revolta. "É incompreensível a omissão da ONU com relação aos ataques de Israel ao país. Eles [os israelenses] querem destruir não só um país, mas um povo. E a ONU e as principais lideranças mundiais se omitem", afirmou Mohamed.
Hoje, às 16h, as comunidades muçulmanas sunita e xiita de Foz do Iguaçu promovem um protesto contra o conflito.


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