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Ataque mata menino brasileiro no Líbano
Bassel Termos, 7, passava férias na casa do avô em Tallousa quando Israel começou ofensiva; mãe corre risco de morte
Itamaraty não confirma morte de outro brasileiro, Rodrigo Aiman, em Tiro; comunidades islâmicas de Foz fazem protesto hoje
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
O menino brasileiro Bassel
Termos, 7, morreu às 4h (horário de Brasília) em Tallousa (sul
do Líbano) depois que bombardeios israelenses destruíram a
casa de seu avô, onde passava
férias. Ele é o quinto brasileiro
a morrer no Líbano após o início da ofensiva militar de Israel,
em retaliação ao seqüestro de
dois de seus soldados pelo grupo terrorista Hizbollah no último dia 12.
Segundo o "Jornal Nacional", da TV Globo, um sexto
brasileiro foi vítima do conflito.
Rodrigo Aiman, 34, teria morrido no domingo na cidade de Tiro, no sul do país, mas a família
só soubera da morte ontem. O
Itamaraty disse não ter informações sobre o caso.
Ainda segundo a emissora,
Aiman, comerciante do Brás,
em São Paulo, foi morto com
outras 30 pessoas, e seu corpo
deve ficar no Líbano.
A mãe de Bassel, Manali, 24,
foi operada e corria risco de
morte, segundo informações de
familiares. Seu irmão foi ferido,
mas passava bem. Outras duas
pessoas morreram no ataque.
Mohamed Termos, 34, empresário em Foz do Iguaçu (PR)
e tio de Bassel, disse que a família estava reunida na casa do
avô do menino quando ocorreu
o bombardeio. "Estavam fazendo o café da manhã. Os ataques
foram em todo o quarteirão onde moravam. Eles foram soterrados pelos destroços do prédio
vizinho", afirmou.
A família Termos tinha planejado se reunir no Líbano na
semana passada. Manali e os
dois filhos viajaram para Beirute há duas semanas. O pai,
Imad, viajou de São Paulo para
a China a negócios e iria se reunir com a família no dia em que
começaram os ataques. Ele
conseguiu chegar à capital libanesa, mas não havia conseguido
se reunir com a família.
"Acho que ele nem vai conseguir ver o filho. Está complicado ligar para Beirute. Ele iria ficar no meu apartamento, que
também foi destruído pelos
ataques na capital", disse Mohamed. Segundo ele, Imad não
tem como chegar a Tallousa.
Ontem à tarde, o movimento
no apartamento da família Termos, no centro de Foz do Iguaçu, era grande. Eram árabes da
comunidade xiita em busca de
informações. O clima era de revolta. "É incompreensível a
omissão da ONU com relação
aos ataques de Israel ao país.
Eles [os israelenses] querem
destruir não só um país, mas
um povo. E a ONU e as principais lideranças mundiais se
omitem", afirmou Mohamed.
Hoje, às 16h, as comunidades
muçulmanas sunita e xiita de
Foz do Iguaçu promovem um
protesto contra o conflito.
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