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5.000 voltam a Gaza após reabertura da fronteira
Palestinos permaneceram 3 semanas no Egito com o fechamento da passagem
Israel faz retirada de Beit Hanoun, no norte da faixa de Gaza; mais 2 palestinos morrem em confrontos entre Exército e militantes
Mahmud Hams/France Presse
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Crianças participam de ato contra ações militares no campo de refugiados de Jabalya, em Gaza |
DA REDAÇÃO
Cerca de 5.000 palestinos
conseguiram voltar à faixa de
Gaza após permanecerem por
três semanas no Egito em razão
do fechamento da fronteira entre os dois lados. A passagem
pela cidade fronteiriça de Rafah foi liberada por apenas um
dia -Israel ainda iria definir
por quanto tempo as passagens
seriam autorizadas.
Muitos palestinos estudam
ou fazem tratamento de saúde
no Egito. O posto da fronteira
foi fechado com o seqüestro do
soldado israelense, Gilad Shalit, 19, em ação que foi reivindicada por três organizações radicais palestinas, entre elas o
braço armado da organização
terrorista Hamas.
"Eu, nunca, nunca voltarei ao
Egito novamente depois do sofrimento e da dor que eu passei
com a minha mulher", afirmou
Aboul Khair, 50, um barbeiro
que vive em Khan Younis e teve
de esperar as três semanas no
lado egípcio para retornar.
"Fui ao Egito para renovar o
meu visto para a Arábia Saudita. Nunca mais volto aqui após
essa humilhação", declarou a
estudante Heba al Qaysi, 21.
Na quinta-feira passada, mil
palestinos já haviam entrado
em Gaza quando militantes do
Hamas fizeram um buraco de
seis metros de diâmetro após
explodir uma parte do muro
que faz a divisa.
Incursão
Ontem, tanques e soldados
israelenses entraram no campo
de refugiados de Mughazi, próximo à cidade palestina de Deir
al Balah. Não houve relatos de
mortos ou feridos.
Israel retirou seu Exército da
cidade de Beit Hanoun (norte
da faixa de Gaza), que teve casas de civis e parte de sua infra-estrutura destruídas pelas
ações militares. A saída ocorreu
dois dias depois do início de
uma nova incursão na região.
Em outros confrontos entre
militantes e o Exército israelense também em Beit Hanoun
dois palestinos foram mortos e
quatro ficaram feridos, aumentando para seis o número de
mortes entre anteontem e ontem na cidade.
Casas, fazendas, além das redes elétricas e de abastecimento de água em Beit Hanoun sofreram fortes danos depois dos
ataques militares, que foram
iniciados com o objetivo de impedir o lançamento de foguetes
Qassam em direção a cidades
israelenses. O prefeito da cidade disse que os prejuízos na localidade e em vilarejos próximos chega a US$ 7 milhões.
"O Exército de Israel não está
apenas atingindo os militantes,
mas tudo: nossas casas, árvores, a economia e até o meu banheiro", disse Mahmoud Yazji,
30, enquanto recolhia pertences espalhados entre as ruínas
de seu imóvel.
Um conjunto de escolas
construído pela ONU também
foi bastante danificado. Israel,
por sua parte, afirma que não
recebeu reclamações vindas
das Nações Unidas.
Ajuda financeira
Com o agravamento da situação humanitária na faixa de Gaza, a ONU aumentou a ajuda à
região de US$ 215 milhões para
US$ 384 milhões.
Os ataques israelenses destruíram a única central elétrica
da região, deixando quase 1 milhão de pessoas sem luz. O quadro já era precário por conta do
bloqueio de transferências
bancárias para os territórios
palestinos -medida imposta
por Israel e EUA depois da eleição da ala política do Hamas
que hoje tem a maioria no Parlamento palestino.
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina, Mahmoud
Abbas, se encontrou ontem
com uma delegação da ONU.
Abbas reiterou a necessidade
de um cessar-fogo. "Nós esperamos que a presente crise pela
qual atravessa Gaza esteja para
ser superada e possamos retornar a uma situação em que seja
possível buscar a paz", disse Álvaro de Soto, enviado da ONU
para o Oriente Médio.
Com agências internacionais
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