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Usina no Japão está sobre falha
Um terço dos reatores nucleares japoneses deveria ser fechado para inspeção, segundo analistas
Órgão governamental havia
estimado distância de 15 km
entre a planta afetada por
terremoto e falha geológica;
regulamento é questionado
DA REDAÇÃO
A maior usina de energia nuclear do mundo, danificada pelo terremoto que atingiu o Japão na segunda (domingo, em
Brasília), foi construída sobre
uma falha tectônica, indica
análise da agência meteorológica japonesa divulgada ontem
pelo jornal britânico "The Times" e por jornais locais.
Quase um terço dos 55 reatores nucleares japoneses deveria
ser fechado para inspeção, segundo recomendação de cientistas que estudam os movimentos sísmicos. O ex-presidente do Comitê de Prevenção
de Terremotos do Japão, Kiyoo
Mogi, disse em entrevista ao
"Times" que há risco iminente
de acidente em pelo menos
uma outra usina.
O governo ainda não se pronunciou sobre a questão. Uma
interdição generalizada de reatores provocaria crise energética no país, que tem cerca de um
terço do consumo provido por
usinas nucleares.
O impacto do terremoto na
planta de Kashiwazaki-Kariwa
foi um golpe também na credibilidade do Instituto Nacional
de Ciência Industrial Avançada
e Tecnológica, órgão ligado ao
governo cujos estudos indicavam distância de 15 km entre a
falha e a usina.
Em 2005, um pedido de revogação da licença para um novo
reator na usina foi negado pela
Corte Superior de Tóquio, com
base nos dados do órgão. Os
moradores alegavam riscos de
terremotos graves.
A usina foi construída para
suportar abalos de até 6,5 na escala Richter. O tremor da última segunda, que matou nove
pessoas, atingiu 6,8.
Número errado
O número de barris de lixo
nuclear de baixa radioatividade
derrubados pelo terremoto
chegou a 438 -mais de quatro
vezes o número inicialmente
divulgado. Alguns vazaram.
Novas estimativas indicam
que o vazamento de água contaminada -inicialmente negado pelos administradores da
usina- pode ter sido 50%
maior que a primeira estimativa. A companhia se desculpou
por subestimar o vazamento.
Inspetores da AIEA (agência
nuclear da ONU) vão verificar
as condições de segurança na
usina, fechada por tempo indeterminado.
O terremoto que atingiu a
costa noroeste do Japão provocou 50 falhas no funcionamento de Kashiwazaki-Kariwa, incluindo incêndios e o vazamento de água contaminada e de lixo atômico de baixa radioatividade.
Com o "Financial Times"
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