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EUA usam verba para motivar Paquistão
Em visita a Islamabad, Hillary Clinton cobra ação antiterror, mas também planeja pacote de ajuda econômica
Às vésperas de reunião mundial sobre guerra, americanos planejam injetar US$ 500 milhões em seu principal aliado
Rodrigo Abd/Associated Press
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Soldados americanos andam em posto de Candahar, no Afeganistão; EUA veem cooperação paquistanesa como essencial
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Com mediação dos EUA, o
Afeganistão e o Paquistão
anunciaram ontem um acordo de fronteira que poderá
melhorar as relações entre
eles, ponto fundamental da
estratégia americana para luta contra os radicais do Taleban e da Al Qaeda na região.
O acordo facilita o trânsito
comercial na porosa região
que divide os vizinhos e era
discutido havia anos.
Seu anúncio foi programado para coincidir com a chegada da secretária de Estado
americana, Hillary Clinton, a
Islamabad, onde ela pousou
no domingo para uma visita
de dois dias.
A intenção é fortalecer o
elo dos EUA com um reticente Paquistão, cuja percebida
falta de empenho em combater o Taleban é um dos maiores desafios na região. A situação ameaça o esforço no
Afeganistão, porque radicais
usam o Paquistão como base
para ataques no país vizinho.
"Pedimos ações extras e
esperamos que os paquistaneses as tomem", disse Hillary, em apelo já repetitivo,
antes de acrescentar que
Washington e Islamabad
"elevaram a cooperação".
Para tentar mostrar comprometimento de longo prazo, Hillary deve anunciar hoje acordo bilateral para gastar US$ 500 milhões em assistência econômica. Os fundos fazem parte de um pacote de US$ 7,5 bilhões a serem
gastos em cinco anos que foi
aprovado no Congresso americano no fim de 2009.
Hillary terá reuniões com o
alto escalão governamental e
militar, antes de ir a Cabul.
VIZINHOS
O acordo entre Afeganistão e Paquistão dá aos afegãos acesso facilitado aos
portos paquistaneses.
Até agora, caminhões afegãos não podiam cruzar o território paquistanês para levar produtos aos portos. O
aumento das exportações
potencialmente contribuiria
para o crescimento econômico, o que por sua vez ajudaria
o governo afegão a conquistar apoio contra o Taleban.
Apesar de ter pressionado
pela solução desta contenda,
em outras questões os EUA
ainda receiam a colaboração
entre Islamabad e Cabul.
No Afeganistão, Hillary
participará amanhã de conferência na qual o presidente
afegão, Hamid Karzai, anunciará planos para reintegrar
membros de baixo escalão
do Taleban no governo.
Mas oficiais americanos
temem que Karzai, estimulado pelo Paquistão, ceda rápido demais ao Taleban para
tentar reduzir a violência.
Analistas alertam para os
laços profundos dos serviços
de inteligência paquistaneses com o Taleban, e a própria secretária de Estado sugeriu, em sua última visita ao
Paquistão, que as forças do
país sabem onde estão líderes do grupo e da Al Qaeda,
mas não querem entregá-los.
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