São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007

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"Parecia o fim do mundo", diz pastor brasileiro em Chincha

DO ENVIADO ESPECIAL AO PERU

Um dos poucos brasileiros a sofrer o terremoto no sul do Peru, o pastor da Assembléia de Deus José Robson Costa Campo, 36, nascido em Porto Velho, mora há apenas oito meses no país. Ele abriu o templo de Chincha, cidade de 300 mil habitantes, vizinha a Pisco e Ica e uma das mais destroçadas pela tragédia. Outro pastor brasileiro, o maranhense Walter Salles, da mesma congregação, vive em Ica.
Costa Campo contou à Folha detalhes do pânico de quem viveu o terremoto e de como é viver na rua com medo de novos tremores. (RJL)
 

TERRA VIVA
"Estava com a Bíblia aberta ao lado da minha mulher e de outros dois missionários. Ouvimos enormes estrondos que saíam do chão, parecia que a terra estava viva. Foi mais de um minuto assim, as paredes caíam e ouvi a maior gritaria da minha vida. Todo mundo desesperado. Saí para a rua com minha mulher, Alzenora, e com meus filhos, de 3 e 2 anos."

NO ESCURO
"Fomos para um terreno vazio próximo ao templo. Lá ficamos e a terra voltou a tremer várias vezes. Ficou tudo escuro, a luz se foi, muito assustador. Dormimos ao ar livre duas noites já e vamos dormir a terceira. Está muito frio. No fim de semana, acho que já terei uma barraca, que os pastores de Arequipa vão enviar. Meu filho de 3 anos chorou uma hora seguida, ainda está traumatizado. Parecia o fim do mundo."

INFLAÇÃO
"Todas as lojas estão fechadas e o que abre vende o que tem pelo triplo do preço. Para carregar meu celular no posto de gasolina, um dos poucos lugares com energia própria, pago US$ 1 dólar para usar a tomada."

RECONSTRUÇÃO
"Não vou voltar ao Brasil tão cedo. Quero construir um novo templo, de alvenaria [o anterior era de barro]. O quarto e a cozinha da minha casa também estão imprestáveis."


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