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"Parecia o fim do mundo", diz pastor brasileiro em Chincha
DO ENVIADO ESPECIAL AO PERU
Um dos poucos brasileiros a
sofrer o terremoto no sul do Peru, o pastor da Assembléia de
Deus José Robson Costa Campo, 36, nascido em Porto Velho,
mora há apenas oito meses no
país. Ele abriu o templo de
Chincha, cidade de 300 mil habitantes, vizinha a Pisco e Ica e
uma das mais destroçadas pela
tragédia. Outro pastor brasileiro, o maranhense Walter Salles,
da mesma congregação, vive
em Ica.
Costa Campo contou à Folha
detalhes do pânico de quem viveu o terremoto e de como é viver na rua com medo de novos
tremores.
(RJL)
TERRA VIVA
"Estava com a Bíblia aberta
ao lado da minha mulher e de
outros dois missionários. Ouvimos enormes estrondos que
saíam do chão, parecia que a
terra estava viva. Foi mais de
um minuto assim, as paredes
caíam e ouvi a maior gritaria da
minha vida. Todo mundo desesperado. Saí para a rua com
minha mulher, Alzenora, e com
meus filhos, de 3 e 2 anos."
NO ESCURO
"Fomos para um terreno vazio próximo ao templo. Lá ficamos e a terra voltou a tremer
várias vezes. Ficou tudo escuro,
a luz se foi, muito assustador.
Dormimos ao ar livre duas noites já e vamos dormir a terceira.
Está muito frio. No fim de semana, acho que já terei uma
barraca, que os pastores de
Arequipa vão enviar. Meu filho
de 3 anos chorou uma hora seguida, ainda está traumatizado.
Parecia o fim do mundo."
INFLAÇÃO
"Todas as lojas estão fechadas e o que abre vende o que
tem pelo triplo do preço. Para
carregar meu celular no posto
de gasolina, um dos poucos lugares com energia própria, pago US$ 1 dólar para usar a tomada."
RECONSTRUÇÃO
"Não vou voltar ao Brasil tão
cedo. Quero construir um novo
templo, de alvenaria [o anterior
era de barro]. O quarto e a cozinha da minha casa também estão imprestáveis."
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