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Governo peruano aumenta segurança na região de Ica
Para conter saques, feitos a mão armada, efetivo do Exército terá mil soldados
Presidente García chegou a cogitar toque de recolher; esforço para auxiliar vítimas faz desabastecimento chegar também a Lima
DA REDAÇÃO
O governo do Peru reconhece não só a insuficiência no
atendimento aos desabrigados
como a falta de segurança na
área afetada pelo terremoto.
Caminhões de donativos
inexplicavelmente parados na
região foram saqueados, até
sob armas de fogo. Até agora,
dos 600 presos que fugiram da
cadeia de Tambo de Mora, onde
as paredes desabaram, só 50 foram capturados.
No meio dos saques, jovens
armados atacam os caminhões.
O presidente Alan García
chegou a cogitar a decretação
de toque de recolher, mas voltou atrás na tarde de ontem.
"[Pisco] é porto, um tanto arriscado. Um grupo de garotos parece uma gangue, mas não quero usar a força com toda a energia porque compreendo a situação", disse o presidente.
Apenas 600 policiais fazem a
segurança da região mais afetada pelo tremor - as cidades de
Pisco, Ica e Chincha, que reúnem quase 700 mil pessoas.
Mais 200 policiais chegariam
ontem à região. Mil soldados
patrulhariam as principais estradas, segundo comunicado
do Exército.
Todos os ministros peruanos
estão trabalhando na base militar de Pisco. García os dividiu
em grupos para administrar cada cidade afetada.
A solidariedade do povo provocou desabastecimento na capital, Lima. Garrafas de água e
velas sumiram dos principais
supermercados da cidade ontem. Milhares de peruanos foram comprar os produtos básicos mais urgentes na região
destruída pelo terremoto, onde
faltam água e luz.
De redes de supermercado às
lanchonetes do Mc Donald's,
não faltam centros de arrecadação de donativos na capital.
Uma pequena multidão fez
filas na principal praça de Lima
para doar sangue - em um momento, faltaram bolsas para a
coleta.
Há 85 mil desalojados pelo
terremoto-menos de 20 mil
deles estão em abrigos. A temperatura na madrugada de sexta para sábado baixou a uma
sensação térmica de 2º C; 14 estradas estão comprometidas, o
que dificulta os acessos.
Cerca de 17 mil casas foram
destruídas. Estima-se que a demolição e reconstrução leve pelo menos um ano. Urbanistas
dizem que novas casas devem
ser de alvenaria, não de barro,
como é comum na região.
A ajuda internacional não pára de chegar. O primeiro avião
com donativos chegou da ainda
mais pobre Bolívia -um gesto
de boa vizinhança do presidente Evo Morales, que visitou o
Peru há 15 dias.
A maior ajuda até agora veio
da Colômbia. Não só foram enviadas 50 toneladas de alimentos, cobertores e remédios, como o próprio presidente Álvaro
Uribe deve visitar hoje as áreas
afetadas.
A ajuda brasileira deve chegar hoje, junto com o chanceler
Celso Amorim.
(RJL)
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