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DISSIDENTES
Grupos nos EUA não
aceitam o acordo
da Reportagem Local
Pelo menos 22 igrejas luteranas
não deverão avalizar a declaração
conjunta que será assinada na
Alemanha. Consideram que ainda não há consenso com os católicos em torno dos temas teológicos tratados pelo documento.
O grupo dissidente se concentra
sobretudo nos EUA. Reúne cerca
de 3 milhões de fiéis e representa
apenas 5% dos cristãos que professam o luteranismo.
Os outros 95% abarcam 58 milhões de pessoas e se espalham
pelas 124 igrejas que constituem a
Federação Luterana Mundial.
Criada na década de 40, a entidade firmará o documento em
Augsburgo.
Por aqui, a ala dissonante soma
214 mil fiéis. São todos membros
da Igreja Evangélica Luterana do
Brasil (IELB), que se distingue da
Igreja Evangélica de Confissão
Luterana no Brasil (IECLB).
Em termos muito genéricos, as
duas denominações se diferenciam principalmente pelo modo
como interpretam a Bíblia. A primeira faz uma leitura mais literal
que a segunda.
Outra diferença importante é o
tamanho. A IECLB, que pertence
à federação mundial, conta com
aproximadamente 1 milhão de
fiéis. Tem raízes européias e foi se
formando a partir de 1824, enquanto a IELB nasceu em 1904,
sob a liderança de missionários
norte-americanos oriundos do
Estado de Missouri, que vieram
prestar assistência espiritual a
imigrantes alemães.
"Não iremos referendar a declaração conjunta porque julgamos
que, na prática, as pendências que
separaram católicos e luteranos
continuarão existindo", explica
Vilson Regina, 47, primeiro vice-presidente da IELB.
"O documento afirma que a salvação e o perdão são graças de
Deus e que nenhuma ação humana tem o poder de alcançá-los",
prossegue o pastor. "No entanto,
o papa João Paulo 2º anunciou em
1998 que concederá a remissão
dos pecados para os católicos que
visitarem lugares santos durante
o ano 2000. Pergunto, então: cadê
a coerência? Onde está o consenso?"
(AA)
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