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PRÁTICA RENOVADA
Igreja Católica cria
novas indulgências
das agências internacionais
Um dia sem fumar, rezar com o
papa em frente à televisão, arrepender-se em público. Essas são
algumas das práticas que o novo
"Manual da Indulgência" do Vaticano estabelece para aliviar a
punição de pecadores.
O livro de 115 páginas, escrito
em latim, explica e descreve as
condições para obter as indulgências -redução ou anulação de
penas para pecados.
A igreja afirma que aqueles que
não vão direto para o paraíso depois da morte devem passar algum tempo no purgatório, antes
de passar pelos portões do céu.
As indulgências podem diminuir o tempo do pecador no purgatório, que, como disse o papa
este ano, não seria um local físico,
mas um estado mental marcado
pela ausência de Deus.
O papa retoma a tradição de festejar aniversários eclesiásticos
com a concessão de indulgências,
por ocasião do Grande Jubileu
(celebração de 2.000 anos do cristianismo).
Há quatro condições prévias
para as indulgências: confissão
dos pecados, comunhão, rezar
com o papa e ter o coração puro.
Cumpridas essas condições, o
pecador pode conseguir uma indulgência parcial ou total não comendo carne, por exemplo.
O manual, já editado em 1968 e
1986, faz referência à televisão e ao
rádio, e inclui refugiados entre os
pobres que devem ser ajudados,
oração mental para surdos-mudos e oração em grupo fora das
instituições eclesiásticas.
"Apesar de ser uma doutrina e
uma prática antiga, a indulgência
responde à mentalidade contemporânea", afirma o padre Dario
Rezza, que apresentou à imprensa o manual, cujas traduções estarão disponíveis a partir de outubro. Para ele, "a novidade fundamental é a socialização dessa prática, onde o ato de penitência se
converte em manifestação pública de fé".
A Santa Sé disse que a obra não
deveria afetar as relações com a
Igreja Luterana.
Martinho Lutero criticou, no século 16, a venda de indulgências
pela Igreja Católica, que serviu
para financiar parte da construção da basílica de São Pedro. Ele
publicou 95 teses em que criticava
a atitude católica.
O cardeal William Wakefield
Baum afirma também acreditar
que o fato de seguir o manual de
indulgências não deve afetar as
relações dos católicos com os luteranos .
O texto destaca ações mediante
as quais os católicos dão bom
exemplo.
Por exemplo, "um operário de
fábrica, rodeado por colegas que
maldizem e usam linguagem obscena, com valentia faz o sinal da
cruz", disse o monsenhor Luigi de
Magistris, especialista do Vaticano em indulgências.
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