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EUA enviam 800 soldados ao Djibuti
DO "THE NEW YORK TIMES"
Centenas de militares da unidade de operações especiais dos EUA foram transferidos a uma base militar no leste da África, de onde devem ser lançadas missões contra integrantes da rede terrorista Al Qaeda escondidos na região, sobretudo no Iêmen.
Segundo funcionários do Pentágono, um navio anfíbio de ataque foi deslocado à costa do Djibuti, antiga colônia francesa no chifre da África, perto do Iêmen.
Cerca de metade dos 800 americanos enviados ao país são especializados em operações especiais. "Temos nossas forças prontas, posicionadas e aguardando
dados de inteligência para agir", disse uma fonte militar.
As autoridades se negam a revelar se já há missões planejadas ou
se o Iêmen autorizou as ações.
Um integrante do governo iemenita disse ontem à agência de notícias Reuters que "são as forças
iemenitas as responsáveis por
conduzir operações [no país"
-sejam elas buscas ou ataques".
Um oficial americano afirmou:
"É mais fácil e certamente mais
eficaz lançar essas missões a partir
da região que iniciá-las nos EUA".
A região da fronteira do Iêmen
com a Arábia Saudita é um alvo
provável. Os serviços de inteligência americanos vêem a área, onde
quase não há controle estatal, como um refúgio da Al Qaeda.
Osama bin Laden, o líder da organização, é saudita de origem iemenita, assim como muitos dos
sequestradores que participaram
dos ataques de 11 de setembro.
Suspeita-se também que estariam escondidos ali os responsáveis pelo ataque ao destróier dos
EUA USS Cole, que matou 17 oficiais da Marinha no porto de
Áden, em outubro de 2000.
Funcionários do Pentágono fazem a ressalva de que as ordens
para as missões secretas só serão
dadas quando a localização dos
terroristas forem confirmadas.
Além disso, eles pretendem negociar com os governos locais em
busca de cooperação.
O secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, tem trabalhado com a
cúpula militar para ampliar o papel das operações especiais na
campanha contra o terrorismo.
Os EUA estão mais dispostos a
mandar tropas a países distantes
para matar líderes da Al Qaeda.
O Pentágono vem desenvolvendo táticas para missões em cenários distintos como, por exemplo,
em países em que o governo é visto como irresponsável ou mesmo
naqueles em que as autoridades
são contra ações americanas.
Além do Iêmen, estão próximo
ao Djibuti países africanos suspeitos de abrigarem terroristas islâmicos como a Somália e o Sudão.
A movimentação de tropas dos
EUA à região é um claro sinal da
importância que Washington dá
ao Iêmen no cenários da "guerra
contra o terrorismo". O Pentágono já enviou ao Iêmen especialistas para treinar as forças do país
no combate ao terrorismo. Até o
fim de julho, 40 soldados iemenitas haviam completado o curso.
Washington, contudo, não confia no poderio do Exército local
para derrotar os militantes.
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