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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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AVENTURA NA ESTRADA

Em três anos, argentinos viajaram 70 mil km por 20 países e tiveram um filho no caminho

Casal cruza as Américas em carro de 1928

DA EFE, EM BUENOS AIRES

Um casal de argentinos realizou um sonho de sua adolescência ao viajar de Buenos Aires ao mar Ártico num carro modelo 1928. Numa aventura que durou mais de três anos, eles atravessaram 70 mil km e 20 países.
Durante a travessia do continente americano, Herman e Candelaria Zapp conceberam e tiveram um filho, Nahuel Pampa, que nasceu em junho do ano passado nos EUA, segundo a edição de ontem do jornal "Clarín", de Buenos Aires.
Eles prometeram um ao outro chegar ao Alasca quando, na adolescência, deram início a uma amizade que deu lugar a um namoro que, dez anos mais tarde, culminou no casamento. Devido ao trabalho -ele é eletricista, ela é engenheira-, foram adiando a partida, até que um mecânico de automóveis da marca Graham Paige lhes ofereceu um modelo clássico de quatro portas, com motor original e estrutura de madeira, fabricado em 1928.
Com esse veículo, que não passa dos 40 km/h e que eles batizaram de "Macondo Cambalache", Herman e Candelaria deixaram Buenos Aires em janeiro de 2000 e, em sete meses, passaram por Chile, Bolívia, Peru e Equador, onde ficaram sem dinheiro. Em lugar de pensar em voltar, Herman escreveu um relato da viagem intitulado "Atrapa Sueños", enquanto Candelaria começou a pintar. Com a venda do livro e dos quadros, conseguiram o dinheiro necessário para manter a aventura.
O casal concebeu seu primeiro filho quando passava pela Guatemala, e o menino nasceu em Greensboro (Carolina do Norte, EUA). Lá, moradores se cotizaram para pagar a conta de US$ 5.000 do hospital onde Candelaria deu à luz Nahuel Pampa. Já com o bebê a bordo, a aventura prosseguiu pelos EUA e o Canadá até que o carro teve problemas sérios, em Toronto. Os argentinos conheceram então um compatriota mecânico que não hesitou em ajudá-los.
No último 19 de agosto, uma placa dizendo "Bem-vindos ao Alasca" os saudou, e, finalmente, no dia 9 de setembro, aconteceu a tão esperada chegada às margens do mar Ártico, que os recebeu com temperatura de -20C.
"Realizamos nosso sonho graças a milhares de pessoas que nos abriram suas casas, nos deram comida e nos compraram o livro e as pinturas", disse ao "Clarín" Herman Zapp, 35. ""Saímos para conhecer um continente maravilhoso, mas percebemos que o que o faz mais maravilhoso são suas pessoas", afirmou Candelaria, 33, esclarecendo que a família vai voltar à Argentina para viver num sítio e "começar tudo de novo".


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