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AVENTURA NA ESTRADA
Em três anos, argentinos viajaram 70 mil km por 20 países e tiveram um filho no caminho
Casal cruza as Américas em carro de 1928
DA EFE, EM BUENOS AIRES
Um casal de argentinos realizou um sonho de sua adolescência ao viajar de Buenos Aires ao
mar Ártico num carro modelo
1928. Numa aventura que durou
mais de três anos, eles atravessaram 70 mil km e 20 países.
Durante a travessia do continente americano, Herman e
Candelaria Zapp conceberam e
tiveram um filho, Nahuel Pampa, que nasceu em junho do ano
passado nos EUA, segundo a
edição de ontem do jornal "Clarín", de Buenos Aires.
Eles prometeram um ao outro
chegar ao Alasca quando, na
adolescência, deram início a
uma amizade que deu lugar a
um namoro que, dez anos mais
tarde, culminou no casamento.
Devido ao trabalho -ele é eletricista, ela é engenheira-, foram adiando a partida, até que
um mecânico de automóveis da
marca Graham Paige lhes ofereceu um modelo clássico de quatro portas, com motor original e
estrutura de madeira, fabricado
em 1928.
Com esse veículo, que não passa dos 40 km/h e que eles batizaram de "Macondo Cambalache", Herman e Candelaria deixaram Buenos Aires em janeiro
de 2000 e, em sete meses, passaram por Chile, Bolívia, Peru e
Equador, onde ficaram sem dinheiro. Em lugar de pensar em
voltar, Herman escreveu um relato da viagem intitulado "Atrapa Sueños", enquanto Candelaria começou a pintar. Com a
venda do livro e dos quadros,
conseguiram o dinheiro necessário para manter a aventura.
O casal concebeu seu primeiro
filho quando passava pela Guatemala, e o menino nasceu em
Greensboro (Carolina do Norte,
EUA). Lá, moradores se cotizaram para pagar a conta de US$
5.000 do hospital onde Candelaria deu à luz Nahuel Pampa. Já
com o bebê a bordo, a aventura
prosseguiu pelos EUA e o Canadá até que o carro teve problemas sérios, em Toronto. Os argentinos conheceram então um
compatriota mecânico que não
hesitou em ajudá-los.
No último 19 de agosto, uma
placa dizendo "Bem-vindos ao
Alasca" os saudou, e, finalmente,
no dia 9 de setembro, aconteceu
a tão esperada chegada às margens do mar Ártico, que os recebeu com temperatura de -20C.
"Realizamos nosso sonho graças a milhares de pessoas que
nos abriram suas casas, nos deram comida e nos compraram o
livro e as pinturas", disse ao
"Clarín" Herman Zapp, 35. ""Saímos para conhecer um continente maravilhoso, mas percebemos que o que o faz mais maravilhoso são suas pessoas", afirmou Candelaria, 33, esclarecendo que a família vai voltar à Argentina para viver num sítio e
"começar tudo de novo".
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